Foro: Governo de SP

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta quinta-feira (31) sua renúncia ao cargo para disputar a presidência nas eleições de outubro. Em uma arriscada jogada política, Doria chegou a ventilar a possibilidade de desistir da pré-candidatura presidencial e da renúncia. Essa manobra forçou o PSDB e reafirmar o resultado das prévias e dar novo fôlego a Doria diante das tentativas de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, de passar por cima da decisão partidária e se colocar como candidato.

A suposta desistência de João Doria causou surpresa e perplexidade no PSDB. O vice-governador, Rodrigo Garcia, chegou a ver no gesto de Doria uma traição. Garcia será o candidato do PSDB ao governo de São Paulo em outubro e conta com a renúncia de Doria para se fortalecer na disputa.

O presidente do partido, Bruno Araújo, então, soltou nota reafirmando que o candidato presidencial do PSDB é Doria. “Venho, por meio desta, reafirmar que o candidato a Presidente da República pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) é o governador do Estado de São Paulo, João Doria, escolhido democraticamente em prévias nacionais realizadas em novembro de 2021. As prévias serão respeitadas pelo partido”, disse.

O governador tem a legenda para disputar a Presidência da República. E não há, nem haverá qualquer contestação à legitimidade da sua candidatura pelo partido. Aproveito a oportunidade para reafirmar o compromisso do PSDB com o processo democrático brasileiro”, escreveu.

Durante o evento em que o governador confirmou a saída do posto, o vice o exaltou e disse que “o Brasil merece João Doria”. Doria, por sua vez, afirmou que São Paulo “teve o privilégio de ser governado por dois governadores”. “Gratidão é aquilo que sinto por você, amigo, colega, parceiro, legal dedicado. Um raro caso onde um governador delega força, poder e autonomia para seu vice. Eu fiz isso consciente da responsabilidade e capacidade do Rodrigo”, declarou. Segundo Doria, Rodrigo Garcia assumirá o governo a partir do dia 2 de abril.

“Sim, serei candidato a presidente da República pelo PSDB. Nós vamos vencer o populismo, a maldade, a corrupção”, afirmou ainda.

O tucano usou boa parte de seu discurso para falar em tom eleitoreiro, enaltecendo sua gestão como governador e dando destaque à busca pela CoronaVac, vacina contra o coronavírus, adiantando aquele que deve ser o carro-chefe de sua campanha presidencial.