O vereador de Cubatão, Ricardo Queixão - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O vereador do município de Cubatão e ex-presidente da Câmara, Ricardo de Oliveira, conhecido como Ricardo Queixão (PSD), foi preso, nesta terça-feira (16), durante a Operação Muditia, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em parceria com a Polícia Militar (PM).

A ação foi realizada em cidades da Baixada Santista e no Alto Tietê. Além do vereador, mais duas pessoas foram presas: o advogado Áureo Tupinambá, diretor da Câmara Municipal, e a servidora pública de Cubatão, Fabiana de Abreu Silva.

Outros cinco mandados de busca e apreensão também foram cumpridos na Baixada Santista.

O objetivo da Operação Muditia é desarticular uma organização criminosa, ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). As investigações apontam a realização de fraudes em licitações no estado de São Paulo.

A 5ª Vara Criminal de Guarulhos expediu 42 mandados de busca e apreensão que estavam sendo cumpridos na manhã desta terça em várias cidades, além de mais 15 mandados de prisão temporária, entre elas de três vereadores de municípios do Alto Tietê e da Baixada Santista.

Queixão foi preso na casa onde mora, em Praia Grande, Fabiana foi detida na mesma cidade e Tupinambá foi preso em Santos, de acordo com informações de A Tribuna.

As investigações indicam que os envolvidos atuavam em empresas que fraudavam competições em processos de contratação de mão de obra terceirizada em prefeituras e câmaras.

As autoridades descobriram, por enquanto, contratos em Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba.

O grupo simulava concorrência com empresas parceiras. Também existe a hipótese de que a organização atuasse corrompendo agentes públicos e políticos, como secretários, procuradores, presidentes de Câmara de Vereadores, pregoeiros, entre outros. A apuração apontou, ainda, a prática de crimes de fraude documental e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) informou que os criminosos tiveram acesso a contratos que somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos.

As investigações descobriram, também, que alguns deles atendiam interesses da facção criminosa, influenciando na escolha dos vencedores dos processos licitatórios e na divisão de valores obtidos pelos pregões.

O que diz a Câmara de Cubatão

A Câmara dos Vereadores de Cubatão divulgou uma nota em que afirma ter tomado ciência da referida operação nesta manhã (16) e que está colaborando com as equipes de investigação, fornecendo todos os documentos solicitados pelas autoridades.