Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

Mais de duas dezenas de entidades ligadas à saúde coletiva se uniram para divulgar um manifesto em defesa da democracia e do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo é alertar a população do desmanche de políticas públicas promovido pelo governo atual.

Vejam abaixo a íntegra do manifesto:

A saúde pública brasileira, historicamente, tem se pautado na defesa de um sistema de saúde público, universal, integral e equânime, preceitos que constituem a base do SUS. Entende que o direito à saúde é absolutamente inseparável da luta pela democracia e pelo direito à liberdade, educação, moradia, trabalho, respeito às diferenças e dos direitos humanos, e requer a superação das enormes desigualdades sociais.

Estamos vivendo cotidianamente no Brasil um desmanche de políticas públicas que sustentam o SUS, ao lado do enfraquecimento de outras políticas sociais que colocam em risco a saúde e vida dos brasileiros.

Para além disso, a manifestação do Presidente da República, chefe do Poder Executivo, convocando a população para se contrapor aos poderes Legislativo e Judiciário, em clara afronta à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, apresenta-se como um cenário de grave risco para a democracia e exige a manifestação de todos aqueles comprometidos com a liberdade, a democracia, a justiça social e o futuro do Brasil.

Independentemente de nossas críticas à atuação de qualquer um dos poderes e de reconhecermos a necessidade de promover o aperfeiçoamento das instituições e do próprio sistema democrático, entendemos que defender o direito à saúde é defender de forma intransigente a liberdade e a democracia. Não podemos aceitar calados qualquer ato que as coloquem em risco e que possam significar a volta a um passado sombrio e violento.

Assinam o documento:

Lascol – Laboratório de Saúde Coletiva – Unifesp; Associação Brasileira Rede Unida; Associação Brasileira de Saúde Coletiva –Abrasco; Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – Cebes; Associação Brasileira de Economia da Saúde – Abres; Frente Estadual Antimanicomial SP; Associação Paulista de Saúde Pública –APSP.

Associação Brasileira de Saúde Mental – Abrasme; Sindicato dos Psicólogos de SP – Sinpsi; Ong Sã Consciência; Centro de Antropologia e Arqueologia Forense – Caaf Unifesp; União de Mulheres do município de SP; Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Fundação Osvaldo Cruz – Asfoc SN; Associação de Terapia Ocupacional do Estado de SP – Atoesp; Movimento Nacional de Direitos Humanos – SP.

Instituto Silvia Lane – ISL; Centro de Estudos Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão-Cealag; Centro de Estudos em Saúde Coletiva do ABC- Cesco ABC; Movimento Nacional da Luta Antimanicomial- MNLA; Rede Brasileira de Redução de Danos e Direitos Humanos-Reduc; Conselho Regional de Psicologia de SP- CRP/SP; Associação dos Docentes da Unifesp – Adunifesp; Associação Brasileira de Saúde Bucal Coletiva-Abrasbuco; Plataforma Brasileira de Política de Drogas-PBPD.