Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) teve três encontros com integrantes da Receita Federal, nos dias 26 de agosto, 4 de setembro e 17 de setembro de 2020. As informações foram obtidas por meio da Lei de Acesso à Informação pelo deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) e foram publicadas na coluna do jornalista Guilherme Amado, da revista Época.

No primeiro encontro, estavam presentes as advogadas do senador Luciana Pires e Juliana Bierrenbach. Em 4 de setembro, compareceu apenas Juliana Bierrenbach. Já a reunião de 17 de setembro foi com o secretário da Receita, José Tostes Neto, e teve, além de Luciana, a presença do próprio filho 01 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Depois dos encontros na Receita, segundo a revista, Flávio ainda se reuniu com o diretor-presidente do Serviço Federal de Processamento de Dados do governo (Serpro), Gileno Gurjão Barreto, em Brasília, no dia 29 de setembro de 2020. O objetivo seria pedir dados que corroborassem a tese de sua defesa.

As advogadas tentam levantar provas de uma suposta organização criminosa de funcionários da Receita Federal que teriam agido ilegalmente no acesso de dados sigilosos da movimentação financeira de Flávio.

“Rachadinhas”

Os encontros se relacionam com a defesa de Flávio no caso das “rachadinhas” em seu gabinete quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). De acordo com as investigações, o esquema consistia em assessores de Flávio na Alerj devolverem parte de seus salários. Ex-policial militar e amigo de décadas de Bolsonaro pai, Fabrício Queiroz é apontado como o operador do esquema.

O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Rio, que já ofereceu denúncia à Justiça. 

Uma pesquisa do Datafolha divulgada nesta sexta-feira (1º) mostra que 58% dos brasileiros consideram o senador culpado no episódio.

Em dezembro, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia determinou que a Procuradoria Geral da República (PGR) investigasse uma suposta elaboração de relatórios feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para orientar os advogados do filho do presidente.