O clima ficou tenso na Câmara de Santos - Foto: Reprodução

Em meio a muitos protestos, a Câmara Municipal de Santos retirou da pauta, nesta quinta-feira (19), o projeto de lei que visava conceder a Jair Bolsonaro (PL) a Medalha de Honra ao Mérito Braz Cubas.

Com receio de tumulto, somente 60 senhas foram distribuídas para os manifestantes entrarem nas galerias da Casa. Contudo, por solicitação de vereadores, o local foi aberto para todos que estavam do lado de fora da Câmara.

clima ficou tenso desde cedo nas ruas ao redor da casa legislativa, com gritos de manifestantes contrários e favoráveis ao ex-presidente. Por volta das 16h15, o debate teve início no plenário.

Porém, o presidente da Câmara, Cacá Teixeira (PSDB), foi obrigado a interromper os trabalhos por cinco minutos, em função das ofensas e provocações entre manifestantes.

Após o intervalo, o projeto que estava em 10° lugar da Ordem do Dia para discussão foi para primeiro. Precisava de 14 votos dos 21 vereadores para ser aprovado em única discussão.

Em seguida, o autor da proposta pediu a palavra e, para surpresa geral, revelou que estava retirando o projeto da Ordem do Dia antes mesmo das discussões e votações.

Apesar disso, ele declarou que vai insistir e reapresentar o projeto na próxima terça-feira (24). “Como Jair Messias Bolsonaro não precisa de medalha para estar em Santos, ele vai estar aqui dia 3, e a gente não vai passar esse carimbo de errado nessa cidade não. Eu vou retirar o projeto hoje”.

Depois disso, em meio a muita discussão, o presidente da Câmara aprovou a retirada da matéria.

Reapresentarei terça-feira (24) o projeto e espero que não tenha a mão de ninguém neste projeto. O presidente não precisa de medalha para vir a Santos não. Dia 3 o presidente Bolsonaro estará na nossa cidade”, acrescentou Duarte.

Justificativa foi motivo de chacota

As informações que circularam nos bastidores da Câmara apontam que o autor do projeto o retirou da pauta porque teria conversado com outros vereadores e constatado que não conseguiria votos suficientes para a aprovação.

Além disso, uma das justificativas para a homenagem colocada por Duarte no PL foi motivo de chacota entre os vereadores: “Pessoa do ano de 2020 do OCCRP por seu papel na promoção do crime organizado e da corrupção”, o que acaba desmoralizando o projeto.

Com informações da Tribuna de Santos e do Diário do Litoral.