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O caso envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, no tempo em que era deputado estadual, é o mais conhecido. No entanto, nos últimos três anos, escândalos ligados à prática de “rachadinha”, nos quais há suspeitas de desvios de salários de funcionários ligados a políticos, foram notícia na maioria dos estados brasileiros.

De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, há denúncias apresentadas pelo Ministério Público, condenações na Justiça ou movimentações relevantes em tribunais sobre agentes públicos de pelo menos 21 das 27 unidades federativas.

Os casos envolvem desde vereadores até ex-governador. Os repasses em dinheiro muitas vezes são para pessoas que nem sequer trabalham de fato nos gabinetes, os chamados funcionários fantasmas.

Uma operação, ocorrida em 29 de outubro, chamada Dirty Safe, levou ao afastamento do presidente da Assembleia Legislativa do Acre, deputado Nicolau Júnior (PP).

Em novembro, Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro sob a acusação de ter liderado uma organização criminosa para recolher parte do salário de seus ex-funcionários em benefício próprio no período em que era deputado estadual.

Ainda na Assembleia do Rio de Janeiro, também foi denunciado o deputado estadual Márcio Pacheco (PSC), sob a acusação de peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

Nos últimos anos, também foram denunciados em esquemas de “rachadinha” o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi um dos principais líderes do MDB da Bahia, e o ex-governador do Rio Grande do Norte Robinson Faria, do PSD.

O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), líder do centrão e candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara, também foi acusado da prática de “rachadinha” por um período em que integrou a Assembleia Legislativa de Alagoas, mas ele foi absolvido pelo Tribunal de Justiça alagoano.

Outra acusação de “rachadinha” atingiu o deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) começou a ser julgada em novembro deste ano pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A acusação é de desvios que teriam acontecido de 2000 a 2011.

Em outros estados, há condenações relativas a vereadores e até a um ex-prefeito —neste caso, em Caxambu do Sul (SC). Vereadores e ex-vereadores foram condenados em Hortolândia (SP), Itabira (MG), Viana (ES) e, no Paraná, em Foz do Iguaçu e Curitiba.

No Pará, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu abrir uma apuração a respeito de suspeita de um esquema de “rachadinha” em cartórios de Belém.

Em 2019, a Polícia Federal fez uma operação também relacionada a suspeitas de esquema de “rachadinha” na Assembleia Legislativa de Rondônia. À época, a PF anunciou que o valor das apreensões e bloqueios de contas podia chegar ao valor de R$ 500 milhões.

Com informações da Folha