Ilustração destaca a cratera Clavius da Lua com um desenho que descreve a água presa no solo lunar naquele local - Foto Daniel Rutter/Nasa

Por Fabíola Salani, da Revista Fórum

A Agência Aérea e Espacial dos Estados Unidos (Nasa) divulgou nesta segunda-feira (26) que, pela primeira vez, foi confirmada a existência de água na superfície da Lua do lado que fica iluminado pelo sol. Essa descoberta indica que a água pode estar distribuída pela superfície lunar, e não limitada a lugares frios e sombreados.

A confirmação foi feita pelo Observatório Estratosférico de Astronomia Infravermelha da Nasa (Sofia, na sigla em inglês). O equipamento detectou moléculas de água (H2O) na Cratera Clavius, uma das maiores crateras visíveis da Terra, localizada no hemisfério sul da Lua. 

Observações anteriores da superfície da Lua haviam detectado alguma forma de hidrogênio. Já os dados obtidos nesse local revelam água em concentrações de 100 a 412 partes por milhão – equivalente à aproximadamente 355 ml de água – presa em um metro cúbico de solo espalhado pela superfície lunar. 

Questões intrigantes

“Essa descoberta desafia nossa compreensão da superfície lunar e levanta questões intrigantes sobre recursos relevantes para a exploração do espaço profundo”, disse, em uma nota, o diretor da Divisão de Astrofísica do Diretório de Missão Científica da Nasa, Paul Hertz. 

A água é um recurso precioso no espaço profundo e um ingrediente-chave da vida como a conhecemos. Segundo a Nasa, apesar das pequenas quantidades, a descoberta levanta novas questões sobre como a água é criada e como ela persiste na superfície lunar áspera e sem ar.