Foto: Divulgação/Governo de São Paulo

O governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou durante coletiva nesta quarta-feira (13) o retorno obrigatório às aulas presenciais nas instituições de ensino da rede pública e privada.

Porém, apenas 24% das escolas de São Paulo possuem espaço para receber 100% dos alunos e fazer o distanciamento de 1 metro.

De acordo com a Secretaria de Educação, apenas 1.251 das 5.130 escolas podem receber 100% dos alunos na próxima segunda-feira (18). Ou seja, o modelo híbrido continuará a vigorar na maioria das escolas.

Por meio de uma nota, a Secretaria de Educação respondeu as críticas sobre a possibilidade de transmissão do vírus entre estudantes e trabalhadores da educação.

“A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informa que 1.251 estão aptas a receber 100% dos estudantes sem revezamento. A pasta ressalta que os casos prováveis de servidores, funcionários e alunos são acompanhados por meio do SIMED (Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para Covid-19) da Seduc-SP, que tem os dados atualizados periodicamente”, disse a pasta.

“Desprezo pela vida”

A deputada estadual e presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), professora Bebel (PT), critica a determinação do governo Doria e afirmou que se trata de “desprezo pela vida”.

“O desprezo pela vida e pela saúde da comunidade escolar atingiu o auge com a anunciada decisão do secretário da Educação, Rossieli Soares, de obrigar a volta às aulas presenciais para 100% dos estudantes”, destaca Bebel.

Além disso, a parlamentar considera tal decisão negacionista. “Trata-se de absurdo negacionismo, num momento em que a pandemia de covid 19 ainda mata uma média de 500 pessoas diariamente no país, sendo que já ultrapassamos 600 mil mortes desde o início da pandemia”, diz e educadora.

Por fim, Bebel afirma que “o secretário da Educação, o governador do estado e demais autores dessa decisão são responsáveis por todas as suas consequências”.

Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).