O prefeito Válter Suman - Foto: Divulgação/Prefeitura de Guarujá

O prefeito de Guarujá, Válter Suman (PSDB), foi afastado do cargo, nesta terça-feira (29), depois de ser alvo da segunda fase da Operação Nácar, realizada pela Polícia Federal (PF), em ação integrada com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

Ao todo, 55 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em várias cidades, dos quais 33 em Guarujá.

O objetivo é aprofundar as investigações que apuram fraudes nas contratações das áreas da Saúde e da Educação realizadas pela prefeitura de Guarujá. São supostos crimes de corrupção, desvios de recursos públicos e outros crimes envolvendo verbas federais.

“O investigado Válter Suman fica suspenso do exercício do cargo de prefeito do município de Guarujá, até ulterior deliberação”, informou o vereador Raphael Vitiello (PSD), durante sessão da Câmara, realizada no período da tarde.

Segundo o político, a notícia chegou em um comunicado enviado ao Legislativo pelo desembargador Nino Toldo, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

A Prefeitura de Guarujá, por meio de nota, disse que seguirá todas as ordens judiciais protocoladas nesta terça. Diante do afastamento liminar de Suman, a vice-prefeita, Adriana Machado, assume provisoriamente a função de prefeita em exercício.

No total, os 55 mandados de busca e apreensão estavam distribuídos em Guarujá, Santos, São Vicente, São Bernardo do Campo (SP), Carapicuíba (SP), São Paulo (SP), Campos do Jordão (SP) e Brazópolis (MG). Estiveram envolvidos na operação 225 policiais federais e três auditores da CGU.

Ainda conforme a PF, dentre as determinações da Justiça Federal estão o bloqueio de mais de R$ 110 milhões de bens e valores de pessoas envolvidas, o afastamento de ocupantes de cargos comissionados e eletivos, sendo que os mesmos podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, se somadas, podem variar de 12 a 46 anos de prisão, de acordo com reportagem do G1.

Suman e secretário de Educação foram presos em setembro de 2021

Durante a realização da primeira fase da Operação Nácar, para investigar um suposto esquema de desvio de dinheiro na rede pública de saúde, a PF encontrou ligações com Suman e o secretário de Educação de Guarujá, Marcelo Nicolau. Ambos chegaram a ser presos em setembro de 2021.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) apontou que havia indícios de irregularidades no contrato entre a prefeitura de Guarujá e a Organização Social Pró-Vida, responsável por administrar a UPA da Rodoviária e 15 Unidades de Saúde de Família (Usafa).

Por envolver verbas federais, o caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e para a PF.