O prefeito afastado de Guarujá, Válter Suman - Foto: Reprodução/YouTube

Ao todo, 55 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, nesta terça-feira (29), dos quais 33 em Guarujá. O prefeito Válter Suman (PSDB) é um dos alvos. Trata-se da segunda fase da Operação Nácar, deflagrada pela Polícia Federal (PF), em ação integrada com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).

O objetivo é aprofundar as investigações que apuram fraudes nas contratações das áreas da Saúde e da Educação realizadas pela prefeitura de Guarujá. São supostos crimes de corrupção, desvios de recursos públicos e outros crimes envolvendo verbas federais.

Um dos endereços de Suman é um condomínio localizado na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca, próximo à praia de Pitangueiras, em Guarujá. Os policiais chegaram ao local por volta das 6h30 desta terça.

No total, os 55 mandados de busca e apreensão estão distribuídos em Guarujá, Santos, São Vicente, São Bernardo do Campo (SP), Carapicuíba (SP), São Paulo (SP), Campos do Jordão (SP) e Brazópolis (MG). Estão envolvidos na operação 225 policiais federais e três auditores da CGU.

Ainda conforme a PF, dentre as determinações da Justiça Federal estão o bloqueio de mais de R$ 110 milhões de bens e valores de pessoas envolvidas, o afastamento de ocupantes de cargos comissionados e eletivos, sendo que os mesmos podem responder pelos crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As penas, se somadas, podem variar de 12 a 46 anos de prisão.

Os delegados da PF não divulgaram o nome das pessoas que são alvos da operação. Foram feitos, pelo menos, seis pedidos de afastamento.

“Hoje, não foram expedidos pedidos de prisão. Não podemos divulgar isso no momento, porque pesa o segredo de Justiça”, declarou Marcio Xavier, delegado de PF da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.

“Foram apreendidos dinheiro em espécie, veículos de luxo e documentação que será analisada no proceder da investigação”, acrescentou o delegado de PF, Rafael Astini, de acordo com reportagem do G1.

Suman e secretário de Educação foram presos em setembro de 2021

Durante a realização da primeira fase da Operação Nácar, para investigar um suposto esquema de desvio de dinheiro na rede pública de saúde, a PF encontrou ligações com Suman e o secretário de Educação de Guarujá, Marcelo Nicolau. Ambos chegaram a ser presos em setembro de 2021.

O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) apontou que havia indícios de irregularidades no contrato entre a prefeitura de Guarujá e a Organização Social Pró-Vida, responsável por administrar a UPA da Rodoviária e 15 Unidades de Saúde de Família (Usafa).

Por envolver verbas federais, o caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e para a PF.