Foto: Governo de São Paulo

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) está criticando a medida tomada pelo governador João Doria (PSDB). O tucano anunciou, nesta quinta-feira (19), a antecipação das férias e recesso escolar de 150 mil professores da rede estadual, por conta do coronavírus. Na Baixada Santista, levando em conta o número de sócios da Apeoesp, a medida atinge mais de 5 mil professores.

“Desde o início da pandemia, nós estamos exigindo o fechamento imediato das escolas, não agora com essa medida. Não sabemos o que está por vir. Nós estamos numa situação de calamidade pública. No entanto, férias, são férias. Recesso, é recesso. Dessa forma, os professores perdem as férias quando a situação normalizar”, analisa Sonia Maciel, diretora da Executiva Estadual da Secretaria de Organização de Subsedes do Interior da Apeoesp.

Para a entidade, o governo estadual não está cumprindo com sua responsabilidade, em relação ao que vem acontecendo. “Não conhece sequer a Lei de Diretrizes Básicas da Educação, que dirige quais as atitudes que devem ser tomadas. Não se pode colocar os professores em férias, quando a data reservada para isso tem um outro cronograma”, acrescenta.

Sonia afirma que Doria não pode querer obrigar os professores a irem à escola, onde sequer existem alunos, e considerar isso como dia letivo, conforme vinha acontecendo desde a semana passada, com o início da pandemia.

A diretora da Apeoesp revela, ainda, que as direções de algumas escolas tentaram forçar a presença dos professores, mesmo com risco de contágio do coronavírus.

“Nós temos passado para nossos grupos aqui da Baixada que se os professores continuassem a sofrer assédio por parte das direções, a orientação era ‘desobediência civil’, ou seja, que eles não fossem. Algumas até ligavam para o professor para pedir que eles assinassem o ponto sem dar aula”, destaca.

Novo calendário

Além das duas semanas de férias que estavam previstas para julho, terão início na próxima segunda (23) as duas semanas de recesso, que aconteceriam em abril e outubro definidas no novo calendário.

“Estamos antecipando as férias para 150 mil professores e auxiliares e para os 15 mil profissionais do Centro Paula Souza em todo o estado. Mais informações serão repassadas aos profissionais pelos diretores de ensino”, disse Doria.

Também como medida de segurança, alega o governo, as aulas na rede estadual começaram a ser suspensas gradualmente desde a última segunda (16). As unidades permanecem abertas até esta sexta (20).