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A passagem de Sergio Raimundo de Oliveira Ribeiro, de 53 anos, como falso médico, por hospitais parece que não ficou resumida apenas à Baixada Santista. Conhecido como Dr. Henry, que atuava na linha de frente no combate ao coronavírus na Praia Grande e trabalhou também em Guarujá, até fevereiro deste ano, e foi preso no Aeroporto de Cumbica, no domingo, teria “clinicado” também no Hospital Municipal de São Caetano do Sul. A assessoria de imprensa da Prefeitura, apesar das investigações, desconhece o trabalho de Sergio Raimundo na Cidade.

Uma equipe coordenada pela delegada Luciara de Cássia da Conceição Campos, da Delegacia Sede de São Caetano, já esteve na Baixada Santista, mais especificamente no Hospital Irmã Dulce, para levantar informações sobre o falso médico.

Sergio Raimundo de Oliveira Ribeiro também já atuou na área acadêmica. Ele foi professor do curso de Direito da faculdade Nobre, onde ensinava a matéria de Direito Penal do 3º Semestre, em Feira de Santana, na Bahia, em 2012.

Na Bahia, ele foi detido, já que havia um Mandado de Prisão contra ele, expedido pela Justiça da Comarca do Município de Itabaiana, em Sergipe. À época, o “Professor Sergio Raimundê” como gostava de ser chamado, respondia por quatro inquéritos policiais, sendo três por estelionato e um por tráfico de drogas.

Raimundê se apresentou à instituição, segundo o delegado, como pós-graduado e com título de mestrado. O professor dava aulas para um investigador da Polícia Civil que resolveu investigar e e descobriu toda a verdade, que ele foi aluno de uma Faculdade de Direito e havia um mandado de prisão contra o falso professor.

Atendimento na saúde
O acusado utilizava os documentos e o registro no Conselho Regional de Medicina de um outro profissional em nome do médico colombiano Henry Cantor Bernal. Ele atuava havia um ano no Hospital Irmã Dulce no atendimento das pessoas com o coronavírus.

De acordo com a Secretaria de Saúde de Guarujá, Henry Cantor Bernal fez parte do quadro de funcionários da terceirizada responsável pela gestão da Unidade de Pronto Atendimento Dr. Matheus Santamaria, conhecido como PAM da Rodoviária, até o último dia 2 de fevereiro.

Prisão
A Polícia Federal, no Aeroporto Internacional de São Paulo, foi quem prendeu Sergio Raimundo de Oliveira Ribeiro. A PF recebeu informações de médicos, que trabalham no Hospital Irmã Dulce, em Praia Grande, acerca das desconfianças sobre as atitudes e prescrições feitas por um colega de trabalho que atuava no atendimento a vítimas do novo covid-19.

Os policiais realizaram pesquisas em fontes abertas da Colômbia e Brasil e obtiveram sucesso em contatar o verdadeiro médico e já havia feito boletim de ocorrência pelo furto de seus documentos. De posse das informações e com o apoio da Polícia Militar, foi realizada diligência junto ao hospital em que o falso médico atuava resultando na prisão do indivíduo.

Após a prisão do homem, que esboçou tentativa de evasão, e feita a sua identificação, os policiais federais descobriram que ele já havia sido preso por atuar como professor de direito sem a devida habilitação. O homem, por meio de documentos falsos, havia obtido os registros legais que o habilitavam para o exercício da medicina. O preso foi entregue à Polícia Civil da região onde o caso foi registrado. O suspeito foi indiciado e responderá pelos crimes de exercício ilegal da função de Medicina e falsidade ideológica.

Nomes
A assessoria de imprensa da Prefeitura de São Caetano do Sul disse que tem conhecimento das investigações, mas não sabia o nome verdadeiro do falso médico. Ela afirma que Sergio Raimundo de Oliveira Ribeiro ou Henry Cantor Bernal não constam nos registros de prestadores de serviço na área da saúde na Cidade.