O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn (Foto Governo do estado de SP)

O secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse nesta sexta-feira (8) que a vacinação contra a Covid-19 vai começar no estado até o dia 25 de janeiro. A data só será diferente se o Ministério da Saúde iniciar a imunização no país todo antes disso. O anúncio foi feito durante entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, na qual o governador João Doria (PSDB) não esteve presente.

A fala soa como desafio à declaração do secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, que afirmou que a imunização se iniciará de forma simultânea em todas as unidades da Federação. “Não haverá ninguém privilegiado”, disse ele nesta quinta-feira (7), ao comentar as datas fixadas pelo programa paulista de vacinação.

“Caso a imunização do ministério se atrase, seja iniciada em meses a seguir, fevereiro, março, vamos manter sim a data de dia 25 de janeiro, para os trabalhadores da saúde e a população idosa”, afirmou Gorinchteyn.

O auxiliar de Doria explicou que essa estratégia já é usada nas campanhas de imunização contra a gripe. O Instituto Butantan é o principal fornecedor do produto usado nessas iniciativas ao Ministério da Saúde. São Paulo, então, fica com as doses que lhe caberiam no Programa Nacional de Imunização (PNI) e inicia a campanha antes, detalhou Gorinchteyn.

O Butantan assinou contrato nesta quinta-feira (7) para fornecer 46 milhões de doses da Coronavac ao ministério até abril, com 8,7 milhões sendo entregues até o final deste mês. O imunizante, desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac, será fabricado no país pelo instituto, ligado ao governo paulista.

Aumento de 30% nos casos

Na entrevista, Gorintcheyn mostrou que o estado de São Paulo teve 30% de aumento de novos casos e 34% de novas mortes devido ao novo coronavírus na última semana.

Considerando uma média móvel diária de novos casos que leva em conta as quatro últimas semanas, o estado passou de 6.373 casos por dia para 9.441, alta de 30% de uma semana para outra. O total diário de óbitos segundo esse mesmo critério passou de 143 para 192, aumento de 34%.

As internações também tiveram uma disparada no estado. A média diária de novas hospitalizações para tratar Covid-19 passou de 1.364 para 1.476, aumento de 8,2% em uma semana.

Fase amarela e laranja

Nesta sexta-feira, foi também atualizada a classificação das regiões do estado no Plano São Paulo. Quatro regiões foram para a fase laranja: Presidente Prudente, Marilia, Sorocaba e Registro. A primeira estava na fase vermelha, mais restritiva. As demais foram da amarela para a laranja, com mais restrições nas atividades.

O restante do estado, incluindo Grande São Paulo, Baixada Santista, Vale do Paraíba e Campinas, vão ficar na fase amarela. Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, 90% da população do estado estará na fase amarela. A nova classificação vale a partir de segunda-feira (11). Veja o mapa abaixo.

Houve, no entanto, uma mudança no que pode funcionar em cada fase. Agora, todos os estabelecimentos poderão abrir tanto na laranja quanto na amarela, incluindo academias, shoppings, salões de beleza e os da área cultural, como teatros, cinemas e museus. A diferença ficará no horário de funcionamento e na lotação permitida em cada fase, como foi explicado no slide abaixo.