Reprodução

Durante a polêmica entrevista concedida pelo presidente Jair Bolsonaro ao apresentador José Luiz Datena, no Brasil Urgente, da Band, o mandatário comentou sobre os repasses do ex-assessor Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro, que totalizam R$ 89 mil.

O presidente comentava sobre as investigações sobre o possível uso da Abin para produção de relatórios para ajudar na defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho mais velho.

“Vamos apurar? Vamos, mas cada um com a sua devida estatura, e não massacrar o tempo todo, como massacram a minha esposa, quando falei desde o começo que aqueles cheques do Queiroz ao longo de dez anos foram para mim, não foram para ela. Eu dava 89… divide aí, Datena. R$ 89 mil por dez anos, dá em torno de R$ 750 por mês. Isso é propina? Pelo amor de Deus! Pelo amor de Deus! R$ 750 por mês. O Queiroz pagava conta minha também. Era de confiança, tá?”, declarou o presidente a Datena.

Revelações feitas pela Revista Crusoé e pelo Jornal Nacional, em agosto, apontam que o policial aposentado Fabrício Queiroz e a esposa dele, Márcia Aguiar depositaram 25 cheques depositados na conta de Michelle entre 2011 e 2018, totalizando R$ 89 mil.

A conta do presidente ainda traz um equívoco. Dividindo os 89 mil pelos 12 meses dos 7 anos de repasses dá um valor acima de R$ 1 mil mensais. Precisamente, R$ 1.059, um valor acima do salário mínimo de 2020, de R$ 1.047. Com o leve reajuste anunciado nesta terça-feira, o piso será de R$ 1.088 em 2021.