Divulgação/Usiminas

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista garante que a Usiminas dá início nesta sexta-feira a uma demissão em massa na unidade de Cubatão. Perto de 900 trabalhadores devem perder seus empregos. A entidade já fez uma denúncia ao Ministério Público do Trabalho e vai levar o caso à Organização Internacional do Trabalho (OIT). A empresa informou que segue com foco na preservação de postos de trabalho e na sobrevivência da empresa.

De acordo com o presidente dos Metalúrgicos, Claudinei Rodrigues Gato, a Usiminas tem, hoje, 1,6 mil trabalhadores. “Estávamos negociando com a empresa há duas semanas, uma redução de jornada e de salário ou até a suspensão do contrato, o que consta nas medidas provisórias 927 e 936″. Ele lembrou que a empresa procurou o Sindicato perguntando se aceitariam um acordo coletivo. Concordamos, mais queríamos saber qual era a proposta deles”.

Nesta sexta-feira, às 10 horas, acontece uma audiência entre o Sindicato dos Metalúrgicos e Usiminas no Ministério Público do Trabalho.

Passados alguns dias, foi marcada uma reunião por videoconferência onde propuseram reduções de 20%; 25% ; 50% e 70% entre salários de R$ 2 mil a R$ 4 mil; R$ 4 mil a R$ 10 mil e R$ 10 mil a R$ 20 mil. ” Debatemos muito e retiramos a intenção do lay-off (redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho). Também não concordamos com os 20%, pois esse percentual não entra na MP, não tem ajuda emergencial do governo e excluímos demissões futuras, pois Sindicato não pode discutir demissão”.

Gato lembrou que houve um intervalo e na volta da conversa, a empresa informou que começaria a demitir em massa em Cubatão. “Não concordamos com isso”. Ele disse que a conversa foi encerrada, pois faltou respeito com os trabalhadores e com o Sindicato. “Não podemos aceitar reduzir salários e demitir. Em 2015, eles demitiram cinco mil pessoas e agora, querem dispensar 60% do efetivo. Isso vai impactar mais ainda a região. Com demissões, não assinamos nenhum acordo emergencial”. afirmou.

Usiminas é uma empresa do setor siderúrgico, líder na produção e comercialização de aços planos laminados a frio e a quente, bobinas, placas e revestidos, destinados principalmente aos setores de bens de capital e de bens de consumo da linha branca, além da indústria automotiva.

Lamentou
Em nota, a assessoria de imprensa da Usiminas rebateu as denúncias do Sindicato dos Metalúrgicos. “A Usiminas lamenta o fato de o Sindicato dos Metalúrgicos se recusar a negociar com a empresa uma solução conjunta para enfrentar os impactos da atual crise e seus reflexos no setor siderúrgico. Segundo o Instituto Aço Brasil, houve uma queda de 50% no consumo de aço no mês de abril e o volume de vendas recuou a níveis de 25 anos atrás. A companhia reforça ainda que segue com foco na preservação de postos de trabalho e na sobrevivência da empresa, sempre em linha com a CLT e as Medidas Provisórias editadas pelo Governo Federal”.

Matéria atualizada às 21h12