Divulgação/Usiminas

Em mais uma reunião realizada no Ministério Público do Trabalho (MPT) com representantes do Sindicato dos Metalúrgicos e da Usiminas, a empresa mostrou-se irredutível e vai começar 900 trabalhadores da Unidade de Cubatão. A informação foi antecipada pelo Folha Santista, na quinta-feira. Contatada, a empresa mantém o posicionamento e enviou a mesma nota publicada na sexta-feira.

O encontro durou mais de duas horas e os sindicalistas insistiram para que a empresa mantivesse os empregos e não demitisse ninguém. A Usiminas não admitiu que vai acabar com as atividades na planta de Cubatão, mas, que além de dispensar os 900 metalúrgicos, quer suspender contratos e reduzir a carga de trabalho e salários dos outros 700 trabalhadores que ficarem na empresa.

De acorco com os sindicalistas, a empresa alegou prejuízos financeiros, mas tanto o Sindicato quanto o procurador do MPT apresentar os dados financeiros da empresa publicados em dezembro de 2019, mostrando lucro e apontando que a Usiminas pode passar tranquilamente pelo primeiro semestre de 2020 sem sustos.

Os representantes dos trabalhadores garantem ainda que, apesar da redução da atividade econômica, a empresa teve lucro nos três primeiros meses deste ano.

Outro lado
A empresa enviou a seguinte nota: “A Usiminas é uma empresa do setor siderúrgico, líder na produção e comercialização de aços planos laminados a frio e a quente, bobinas, placas e revestidos, destinados principalmente aos setores de bens de capital e de bens de consumo da linha branca, além da indústria automotiva.

“O setor siderúrgico foi fortemente impactado pela retração da atividade industrial. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, houve uma queda de 50% no consumo de aço no mês de abril (comparado a março) e o volume de vendas recuou a níveis antes vistos apenas em 1995, 25 anos atrás.

Além disso, o setor automotivo, principal mercado atendido pela Usina de Cubatão, registrou uma brusca retração na produção nacional de veículos, de 99,3% em abril, segundo dados da Anfavea – pior resultado da série histórica, que teve início em 1957. 

Desde o início da pandemia, a Usiminas busca o diálogo com os seus públicos, para uma solução conjunta, visando, ao máximo, a preservação da sua força de trabalho e a sobrevivência da operação em Cubatão. A companhia reitera que buscou negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos de Cubatão, inclusive as condições para os desligamentos necessários, porém, a entidade se negou a discutir o tema.”

Matéria atualizada às 18h14 de 18/05/2020