Foto: Agência Brasil

Relatório divulgado pelo Climatempo, nesta quinta-feira (12), indica que, por causa do fenômeno La Niña, o inverno “será antecipado” e o Brasil deve ter, nos próximos dias, uma onda severa de frio. 

Além da geada em vários estados, inclusive em áreas do Sudeste e Centro-Oeste, o serviço de meteorologia afirma que há possibilidade de neve em alguns pontos do Sul do país.

As temperaturas já devem registrar queda expressiva nesta sexta-feira (13), pois está previsto para este final de semana a chegada de uma nova frente fria que deve causar frio e chuva intensos.

A frente fria virá acompanhada de um ciclone extratropical, que vai ficar parado por vários dias no Oceano, e por uma intensa massa de ar polar, que será a responsável por derrubar as temperaturas.

O frio mais intenso está previsto para acontecer a partir da próxima terça-feira (17) e deve se estender até quinta (19). 

De acordo com o Climatempo o frio “vai atingir áreas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e até deve acontecer uma queda de temperatura, especialmente nas mínimas, no Norte do Brasil. Será uma onda de frio intensa para o mês de maio e várias cidades podem bater recordes de muitos anos. Na capital paulista, por exemplo, a temperatura mínima pode ficar abaixo de 10ºC no dia 19 de maio”. 

Chuva congelante

Além das geadas e neve, a La Niña deve provocar este ano a “chuva congelante”. Ao G1, o meteorologista César Soares explica como se dá o fenômeno. 

Segundo Soares, a chuva ocorre de forma normal, com a queda de gotícula na atmosfera, mas a água se congela ao tocar uma superfície. “Quando ocorre uma chuva congelante, você vê as gotas caindo, mas olha as pessoas na rua e as pessoas não se molham, porque a gota congela quando toca a superfície”, explica. 

A chuva congelante deve ocorrer nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Efeito La Niña 

A “antecipação do inverno” está relacionada ao fenômeno La Niña, que neste ano vai durar mais do que o normal, que é sempre entre o fim e o começo do ano.

De acordo com o relatório do NOAA, o fenômeno La Niña deve durar boa parte de 2022 e pode permanecer até o início de 2023.

Por conta da La Niña, as chuvas ficarão abaixo da média nas áreas do Centro e Sul do Brasil, entre maio e julho deste ano.

O relatório chama atenção para o fato de que, por conta da intensificação de ondas de frio, coloca a segunda safra de milho sob risco de perdas.

Por sua vez, as regiões Norte e costa do Nordeste devem ser marcadas por chuva acima da média, ocorrência também causada por La Niña.

Como ocorre o efeito La Niña 

La Niña é um fenômeno oceânico-atmosférico caracterizado pelo resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. 

Classificado como uma anomalia climática, esse fenômeno acontece, em média, com um intervalo de dois a sete anos e provoca alterações significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra.

As origens de La Niña ainda não são um consenso no meio científico, mas a sua alternância com o El Niño aponta para uma relação com as mudanças de intensidade de calor solar, ou seja, ciclos solares que ora determinam maior radiação solar e, consequentemente, aquecimento das águas do Pacífico, e ora indicam enfraquecimento da radiação solar que alcança o planeta, promovendo diminuição da temperatura das águas do Pacífico. 

As consequências do efeito La Niña são as alterações nas condições climáticas de várias regiões do mundo, como no caso da antecipação do frio no país.

No Brasil, em anos de La Niña ocorrem chuvas mais abundantes no Norte e Leste da Amazônia, que podem estar associadas ao aumento na vazão dos rios da região, causando enchentes. 

No Nordeste, também ocorre aumento na quantidade de chuvas, o que é benéfico para a região semiárida. Na região Sul, observa-se a ocorrência de secas severas e aumento das temperaturas da superfície, prejudicando as atividades agrícolas que sustentam essa área. No Sudeste e Centro-Oeste, por sua vez, os efeitos são imprevisíveis, podendo ocorrer secas, inundações e tempestades.

Com informações do Climatempo, Ecycle e G1. 

Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).