Foto: Arquivo Pessoal

A Justiça agiu contra a nutricionista, de 56 anos, que proferiu várias ofensas racistas contra uma moradora e o zelador de um condomínio localizado no bairro José Menino, em Santos. O juiz Walter Luiz Esteves de Azevedo, da 5ª Vara Criminal do Foro de da cidade, concedeu medida protetiva à vizinha ofendida por bilhetes de cunho racista, de acordo com reportagem do G1.

Entre os xingamentos, a vítima foi chamada de “preta retinta”, “porca” e “maloqueira”. Agora, a mulher deve manter distância da ofendida e não pode ter qualquer contato com ela ou sua família.

A Polícia Civil investiga a nutricionista por inúmeros ataques racistas. Ela, inclusive, já chegou a ser presa por ameaçar vizinhas e praticar injúrias raciais, mas foi solta. Além de sofrer ofensas, a vítima em questão foi ameaçada de agressão pela suspeita no dia em que foi presa em flagrante, em 5 de maio.

Duas outras moradoras do condomínio disseram que, nesse dia, a nutricionista havia colado nas portas dos apartamentos delas cartazes com dizeres como “negra vagabunda”, “porca”, e “negro quando não faz na entrada faz na saída”.

A decisão do juiz proíbe que a nutricionista mantenha contato com a vítima e com os familiares dela, por qualquer meio de comunicação, inclusive escrito, pessoalmente ou por intermédio de outra pessoa.

Caso ela não obedeça à determinação, o juiz decidiu que serão tomadas medidas mais rígidas, inclusive, com possibilidade de prisão preventiva.

O caso ganhou repercussão nacional e causou revolta. Nas redes sociais, o ator Rafael Zulu e o cantor Thiaguinho compartilharam um texto, em que se mostraram indignados com o caso.

Veja a íntegra do texto:

Mulher que foi presa por racismo volta a atacar vizinhos no litoral de SP: ‘Negra porca’.

Mesmo após ataques racistas que resultaram em registro de boletim de ocorrência, nutricionista fez novas ofensas contra vizinha em Santos, SP.

Fonte: G1.globo

Chega a ser inacreditável o tanto de ódio que os racistas ainda carregam dentro de si. E o tanto que essa raiva faz com que eles não respeitem nada e nem ninguém, só para poder cometer o crime.

Essas palavras machucam não por acreditarmos nelas, mas, sim, porque percebemos que a impunidade ainda está aí.

Que essas pessoas vão continuar seguindo suas vidas com ódio no coração, e como se nada tivesse acontecido.

Esse é o preço que nós ainda pagamos. A conta gigantesca dos crimes, ainda cai somente para a vítima. E ainda vivemos na certeza de um novo ataque a qualquer momento.

Continua sendo complicado ser preto no Brasil. Continua sendo complicado conviver com pessoas que pensam que são superiores, por conta da cor de pele.

Uma diferença pequena, perto de outras tantas características que um ser humano pode carregar, ainda é sinônimo de opressão e oprimido.

É uma luta constante, não podemos parar. Mesmo com os passos que estão sendo dados, ainda não é nem de perto o suficiente, para a dignidade justa que merece um cidadão.

Ainda tem gente que pensa que é besteira, vitimismo e insistem em nos ofender, agredir, matar. Por esse motivo, nós não podemos parar.

Sigamos juntos nessa luta, irmãos e irmãs.

E AÍ, ATÉ QUANDO?!