Reprodução/Arquivo Pessoal

Moradora de Bertioga, a biomédica Gizele Thame, de 61 anos, é a primeira pessoa na região a conseguir na Justiça a autorização para plantar e produzir o óleo artesanal de cannabis sativa (maconha) em casa para o tratamento de um tumor no cérebro.

Gizele fez uma tomografia após levar um tombo e bater a cabeça. O acidente aconteceu em Bertioga, mas a biomédica fez o exame na Capital e descobriu o tumor. Ela não queria operar e fez uma peregrinação atrás de um médico que aceitasse isso. O filho dela a informou sobre o tratamento com a maconha e apresentou depoimentos de quem tinha a mesma doença. Os pacientes relatavam a melhora na qualidade de vida, diminuição das dores, fim da depressão e um sono melhor.

O aprendizado de como cultivar a planta e produzir o óleo veio por meio de uma Organização Não Governamental. A utilização do extrato começou em 2017, com orientação médica.

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Antes da autorização da Justiça Federal, ela plantou ilegalmente por dois anos a maconha. Em abril passado, entou com um pedido de habeas corpus preventivo, após ter o diagnóstico que o uso do extrato fez seu tumor regredir e trazer a diminuição dos sintomas da doença.

Com a sua melhora geral, Gizele declarou à Polícia Federal que cometia um crime e queria um habeas corpus para não ser detida. O processo com 200 páginas tramitou na Justiça até ela conseguir a autorização para o plantio e transporte e a importação de sementes.

A biomédica revelou que tudo funciona como fosse uma horta caseira e que ela tem autorização para ter 30 pés de cannabis em diferentes estágios, em floração e em vegetação. Ela ingere 20 gotas durante o dia.

Reprodução/Arquivo Pessoal

Durante 18 meses de tratamento, o tumor no cérebro ficou estável e não cresceu. Em agosto de 2018, ao fazer uma ressonância magnética, descobriu que ele tinha regredido. A médica Eliane Nunes, que trata de Gizele, destacou a importância do acesso ao extrato. “No caso dela, foi interessante porque promoveu a redução do tumor e isso fez com que ela, além de melhorar a qualidade de vida, saísse do risco de ter que fazer a cirurgia. Eu acho muito importante que os pacientes possam ter acesso e possam fazer o tratamento da forma mais indicada”, disse ao Portal G1.

Com informações do G1.