Divulgação/Sismmac

Menos de 24 horas depois da última reunião realizada entre Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista e Usiminas, a empresa começou a demitir os primeiros trabalhadores nesta quarta-feira. Devem ser dispensados pouco mais de 900 funcionários e os 700 restantes da Unidade de Cubatão ou terão seus contratos suspensos ou redução de salário e jornada de trabalho. Entidade já entrou com uma ação na Justiça do Trabalho para barras as demissões. A empresa nega o número informado pelo sindicato, mas não informa quantos perderão seus empregos.

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos esteve toda a manhã desta quarta na porta da Usiminas e constatou a grande movimentação de táxis pegando funcionários que saíam da empresa. “Estamos orientando que os trabalhadores não assinem a demissão. Vamos buscar uma liminar para barrar isso”, disse o presidente Claudinei Rodrigues Gato.

Gato lembrou que o Ministério Público do Trabalho também vai ingressar com uma ação para bloquear as dispensas na Usiminas. “Eles vão tentar parar com essa demissão em massa”, afirmou.

Diretoria participou de audiência pública na Câmara de Cubatão Foto: Divulgação/Sindicato dos Metalúrgicos

À tarde, os representantes dos trabalhadores participaram de uma audiência pública sobre o tema na Câmara Municipal de Cubatão.

Negou
“A Usiminas não confirma os números de desligamentos que vêm sendo divulgados pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Baixada Santista. Desde o início da Pandemia, a empresa vem adotando uma série de medidas de adequação ao cenário atual, buscando soluções conjuntas para preservar, ao máximo, sua força de trabalho e a sustentabilidade dos seus negócios. A empresa prevê a aplicação das MPs editadas pelo Governo Federal, além de outros ajustes adicionais nos casos em que esses recursos não se mostrarem suficientes para garantir a sobrevivência das unidades, como é o caso da Usina de Cubatão.

O setor siderúrgico vem sendo fortemente impactado pela retração da atividade industrial. Segundo dados do Instituto Aço Brasil, houve uma queda de 50% no consumo de aço no mês de abril (comparado a março) e o volume de vendas recuou a níveis antes vistos apenas em 1995, 25 anos atrás. No setor automotivo, principal mercado atendido pela Usina de Cubatão, registrou uma brusca retração na produção nacional de veículos, de 99,3% em abril, segundo dados da Anfavea, o pior resultado da série histórica, que teve início em 1957.

A companhia reitera que buscou negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos, inclusive as condições para desligamentos necessários, porém, a entidade se negou a discutir o tema.”