Créditos: Divulgação/Governo do Estado de SP)

O governador João Doria (PSDB) determinou nesta sexta-feira (11) uma espécie de “lei seca” no estado de São Paulo, a partir das 20 horas, como forma de tentar reduzir a transmissão do coronavírus. Para isso, bares, restaurantes e lojas de conveniência de postos de gasolina em áreas urbanas só poderão vender bebidas alcoólicas até 20 horas, a partir deste sábado (12).

Bares e restaurantes só poderão funcionar com até 40% da capacidade, mesas com até seis pessoas e com distanciamento entre elas, atendimento apenas com clientes sentados. Os bares deverão fechar às 20 horas. Já os restaurantes e lojas de conveniência poderão seguir funcionando até 22 horas, mas terão de suspender a venda das bebidas alcoólicas duas horas antes.

Para garantir a obediência a essas regras, a Vigilância Sanitária estadual vai reforçar a fiscalização a partir do sábado. O total de fiscais foi aumentado para mil – não foi dito quantos eram antes. Além de checar o cumprimento das medidas em estabelecimentos regulares, as equipes devem tentar desbaratar festas clandestinas – e conta com denúncias, que podem ser feitas à polícia, para localizar essas comemorações.

Essas medidas visam desestimular festas, confraternizações e aglomerações no que o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, chamou de “lazer noturno”. A esse tipo de situação ele atribuiu boa parte da disparada de transmissões do novo coronavírus. A consequência, segundo o secretário, foi o aumento de casos entre pessoas mais jovens (leia mais abaixo).

Comércio com horário ampliado

Por outro lado, o comércio em geral teve seu horário ampliado, de 10 para 12 horas por dia, mas terá que fechar as portas às 22 horas diariamente. A ideia é distribuir a frequência de compradores por um período maior no período de compras de final de ano, para tentar minimizar aglomerações. As lojas e shoppings precisarão limitar a frequência a 40% da sua capacidade de público.

As autoridades presentes na entrevista coletiva foram questionadas sobre as aglomerações registradas nas áreas de comércio popular da capital paulista, como o bairro do Brás e a região da rua 25 de Março, ambas no centro.

A diretora técnica de Vigilância Sanitária estadual, Cristina Megid, disse que essas áreas ficam “a cargo dos municípios”. Para depois reconhecer: “Não há fiscalização que segure aquela situação”.

Mudança de faixa etária

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que houve uma mudança no perfil dos pacientes que procuram atendimento e ocupam leitos reservados à Covid-19 no estado. De março a novembro, segundo ele, a maioria era de pessoas entre 55 e 75 anos. Nas últimas três semanas, no entanto, a faixa etária de 30 a 50 anos passou a ser a maioria. Os dados do governo do estado dão conta de que 40% dos novos casos se concentram e pessoas de 20 a 39 anos. Eles representam 3,6% dos óbitos.

‘O jovem também pode adoecer e pode morrer por causa do vírus. E temos que lembrar o quanto ele pode transmitir para seus familiares”, afirmou.

 O secretário mostrou que o estado teve 23,6% de aumento nos casos de coronavírus, 15,5% de ampliação de internações por causa da doença e de 30,3% nos óbitos, entre a 47ª e a 49ª semanas epidemiológicas. Atualmente, o Brasil vive a 50ª semana epidemiológica da pandemia.