A santista Renata Formoso - Foto: Reprodução/Instagram

Há 11 anos morando em Londres, na Inglaterra, a santista Renata Formoso, de 36, decidiu colocar em prática uma ideia para ajudar famílias que estão sentindo os efeitos sociais da pandemia do novo coronavírus.

Ela decidiu reverter 100% do lucro obtido com a venda de roupas de sua marca independente para outros brasileiros, que estão em situação financeira difícil no país europeu.

Casada com o músico e editor de vídeos, Marinho Faria, de 38 anos, Renata é executiva de marketing e, em paralelo, criou a marca “The Equality Gang” (A Turma da Igualdade), em janeiro de 2020.

“Tinha vontade de espalhar mensagens de igualdade através do meu trabalho. As estampas são criadas por mim e impressas a mão com materiais sustentáveis e sem impacto ao meio ambiente”, conta, em entrevista ao Folha Santista.

Ela revela o que a motivou a participar da campanha: “Quando os estabelecimentos começaram a fechar aqui no Reino Unido em março, eu e Marinho fomos impactados financeiramente. Marinho teve todos os shows e eventos do ano cancelados, e no emprego de editor de vídeo foi colocado em “furlough”, uma licença pela qual o governo paga 80% do salário. Eu tive minha carga horária e salário reduzidos em 20%, mas continuo trabalhando”, relembra.

“Vimos que o que teremos de renda nos próximos meses vai dar certinho para pagar aluguel e comprar comida. Mas comecei a ficar muito preocupada com as pessoas e famílias que não têm o mesmo privilégio que nós de ter um emprego fixo, nem ajuda do governo. Muitos imigrantes quando chegam, trabalham informalmente por anos até conseguir dominar o idioma e conseguir certa estabilidade, como aconteceu com a gente em 2009”, destaca.

Renata conta que não estava dormindo bem com tudo isso em sua mente. “Foi quando vi um post da Helô Righetto, uma comunicóloga brasileira aqui em Londres, num grupo chamado “Garotas no Poder”, que tem o intuito de divulgação de vagas de trabalho e de serviços de mulheres brasileiras no Reino Unido”.

A santista identificou em Helô a mesma preocupação que a perturbava. “Ela criou uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para mulheres que estivessem precisando de qualquer ajuda. A meta inicial era de mil libras e o dinheiro seria distribuído igualmente para toda e qualquer mulher brasileira que fizesse contato, sem precisar comprovar ou explicar sua necessidade”, acrescenta.

“O grupo é muito legal e as mulheres se apoiam de verdade. Escrevi para Helô com uma ideia de criar um design específico e doar 100% do meu lucro para ajudar na campanha (que termina dia 20 de abril) e começamos as divulgações. Ainda temos quase uma semana e o total arrecadado para campanha está quase chegando em duas mil libras”, comemora Renata.

Para participar da campanha, o interessado pode fazer uma doação de qualquer valor no link: https://www.justgiving.com/crowdfunding/garotas, ou comprar uma camiseta, que terá 100% do lucro revertido para a mesma campanha: https://www.instagram.com/theequalitygang.

Assalto

Renata conta a razão determinante que a fez decidir pela mudança para Londres em 2009. “Sempre amei o Brasil, nunca pensei em morar fora. Mas, depois de um assalto a mão armada bem traumático, decidi tentar. Marinho tinha cidadania europeia, então casamos e viemos pra Londres”.

Isolamento

Renata diz que ela, o marido e o filho Noah, de quatro anos, estão lidando bem com a quarentena. “São tempos estranhos. Não saímos de casa há mais de um mês, pois Noah tem asma e, então, faz parte do grupo de risco. Mas temos brincado muito com ele e feito muita música. Além disso, agora durmo um pouco mais tranquila sabendo que estou fazendo algo que possa dar alguma ajuda para famílias como a nossa”, completa.

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