Recém-curado do coronavírus, o infectologista Evaldo Stanislau acredita que no atual estágio da pandemia não exista qualquer possibilidade de fazer uma flexibilização da quarentena e liberação das atividades comerciais. Para o médico, hoje, a possibilidade de se decretar um lockdown (medida de fechamento de regiões para obrigar o isolamento social) é muito maior do que o afrouxamento das medidas.

Na última terça-feira, o médico participou de uma live pela internet promovida pela vereadora de Praia Grande Janaina Ballaris (PL).

“O lockdown não é uma medida radical. A gente dá a dose do remédio na medida em que ela é necessária. Estamos vendo pouca gente exposta à doença, nosso sistema de saúde já está sobrecarregado e as pessoas não estão aderindo ao distanciamento social”, disse o ex-vereador santista que também deu detalhes do período em que ficou doente e da sua recuperação.

https://www.facebook.com/janainaballaris/videos/869870386848440/

Stanislau citou ainda que se se fosse um gestor público, decidiria pelo lockdown. “No Norte e no Nordeste, estão enfrentando o caos, em outras regiões metropolitanas também. A única maneira de controlar isso é como se fosse lá na chave geral e desligasse, tirasse a energia. Isso se chama lockdown”, disse. Ele lebrou que não existe tempo ideal para o bloqueio total. “Precisamos aprender que quem manda não é o ser humano, é o vírus”.

O infectologista não crê em relaxamento do isolamento social. ” É um desejo e muitas pessoas querem e é compreensível, mas, do ponto de vista médico, científico, seria uma irresponsabilidade. Estamos mais perto do lockdown do que da abertura. Os dados epidemiológicos indicam isso”, argumentou. “Não tem remédio nem vacina, a única maneira de diminuir o número de casos e promover o distanciamento entre as pessoas”.

Sobre o pico da epidemia, o médico relatou que dependerá do comportamento da população. “Se todo mundo ficar junto, vai chegar logo. Se ficarem separadas, pode nem ter pico”, afirmou.

O médico falou ainda sobre a situação de comerciantes e trabalhadores autônomos, mas citou que a prioridade é “salvar vidas”. De acordo com ele, o Governo Federal precisa criar mecanismos para garantir a subsistência das pessoas, dando dinheiro e que o mundo inteiro está fazendo isso. Os governantes precisam financiar os comerciantes, criar programas sociais, dar cestas básicas, isentar tarifas. “A primeira missão que a gente tem é sobreviver”, finalizou.