Aglomeração na testagem de Covid-19 no CEU Aricanduva (Reprodução)

Professores e comunidade escolar como um todo estão denunciando, nesta segunda-feira (5), filas gigantescas, aglomerações e falta de organização no primeiro dia de testagem de Covid-19 de trabalhadores da rede pública municipal de Educação de São Paulo (SP).

A testagem, que está sendo realizada em Centros Educacionais Unificados (CEUs), foi determinada pela prefeitura da capital paulista, comandada por Bruno Covas (PSDB), e deve ocorrer ao longo de toda essa semana para que os profissionais da educação retornem às escolas, já que a gestão municipal determinou a volta presencial das aulas no próximo dia 12, justamente no momento mais agudo da pandemia do coronavírus.

Pelas redes sociais, os trabalhadores da educação têm denunciado a falta de organização nas testagens. Há relatos de que, para além das aglomerações que estão sendo observadas, alguns CEUs teriam suspendido os testes na parte da tarde por falta de insumos.

“Fui ao Céu Azul da Cor do Mar para fazer o teste de COVID que Prefeitura ‘organizou’ para os funcionários das escolas municipais. Olha o tanto de gente na fila, numa aglomeração promovida pela própria Prefeitura! Eu fui embora. Não quero me infectar”, escreveu a professora Carolina Teixeira em uma postagem em seu Facebook que acompanha um vídeo, gravado por ela mesma, que mostra uma fila enorme no ponto de testagem.

As denúncias de aglomerações e desorganização nos testes de Covid promovidos pela prefeitura têm sido reunidas pela página do Escolas Sem Luto, um movimento de professores que se posiciona contra o retorno presencial das aulas neste momento agudo da crise sanitária.

“A prefeitura tenta mais uma vez enganar a população fingindo estar tudo bem. Sabemos que poucos dias de escolas abertas fizeram diversos educadores e alunos adoecerem. Pois bem. Os locais de testagem estão abarrotados de professores todos aglomerados desde cedo. A prefeitura está promovendo a testagem sem logística e segurança nenhuma, colocando milhares de professores fora de sua casa para aglomerar em diferentes locais. Uma prefeitura que não consegue organizar uma testagem, vai garantir como uma volta às aulas?”, diz uma das postagens do movimento.

O vereador Toninho Vespoli (PSOL-SP) também vem recebendo essas denúncias. “Mais uma vez o governo dá show de incompetência promovendo aglomeração”, disse o psolista.

Vespoli, ao repercutir as aglomerações nos locais de testagem, informou que apresentou na Câmara dos Vereadores um projeto para suspender o retorno presencial das aulas na capital paulista.

“A SME [secretaria municipal da Educação] não consegue organizar uma testagem sorológica com segurança o que dirá a volta às aulas presenciais! Apresentei o projeto de decreto legislativo nº 11/21 para suspender a instrução normativa nº 8 que antecipa o recesso escolar e possibilita a retorno presencial no dia 12”, escreveu o vereador.

Em nota, a prefeitura de São Paulo informou que “equipes serão reforçadas para o atendimento dos professores e servidores da Educação” e que “também foram realizadas novas orientações para que os protocolos de distanciamento sejam cumpridos”.

Sobre as aglomerações, a gestão municipal disse que “as secretarias esclarecem que existe uma alta expectativa da parte dos profissionais e servidores de educação para identificarem a resposta imunológica frente à Covid-19”.