Eduardo Siqueira rasgou a multa que recebeu por não usar máscara de proteção - Foto: Reprodução

Cinco dias após ofender o integrante da Guarda Civil Municipal (GCM) de Santos, Cícero Hilário Roza Neto, e rasgar a multa que recebeu por não estar usando máscara de proteção contra o coronavírus, o desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), Eduardo Siqueira, resolveu pedir desculpas.

“Nos últimos dias, vídeos de incidentes ocorridos entre mim e guardas municipais de Santos têm motivado intenso debate na mídia e nas redes sociais, com repercussão nacional. Realmente, no último sábado (18/07) me exaltei, desmedidamente, com o guarda municipal CÍCERO HILÁRIO, razão pela qual venho a público lhe pedir desculpas”, afirmou Siqueira, por intermédio de nota.

O desembargador também se desculpou pela reação violenta e destemperada que teve ao ser abordado educadamente por Hilário. Disse, ainda, que estava nervoso por causa do decreto municipal, que obriga a utilização de máscara nas ruas de Santos.

“Nada disso, porém, justifica os excessos ocorridos, dos quais me arrependo. O guarda municipal CÍCERO HILÁRIO só estava cumprindo ordens e, na abordagem, atuou de maneira irrepreensível. Estendo as desculpas a sua família e a todas as pessoas que se sentiram ofendidas”, disse.

O Folha Santista fez contato com o guarda municipal Cícero Hilário Roza Neto, alvo principal das ofensas de Siqueira. Ele não sabia do pedido de desculpas. Ao ser informado da nota divulgada pelo desembargador e questionado se gostaria de comentar, disse: “Prefiro me reservar”.

Veja a íntegra da nota do desembargador:

Mos últimos dias, vídeos de incidentes ocorridos entre mim e guardas municipais de Santos têm motivado intenso debate na mídia e nas redes sociais, com repercussão nacional. Realmente, no último sábado (18/07) me exaltei, desmedidamente, com o guarda municipal CÍCERO HILÁRIO, razão pela qual venho a público lhe pedir desculpas.

Minha atitude teve como pano de fundo uma profunda indignação com a série de confusões normativas que têm surgido durante a pandemia – como a edição de decretos municipais que contrariam a legislação federal – e às inúmeras abordagens ilegais e agressivas que recebi antes, que sem dúvida exaltam os ânimos.

Nada disso, porém, justifica os excessos ocorridos, dos quais me arrependo. O guarda municipal CÍCERO HILÁRIO só estava cumprindo ordens e, na abordagem, atuou de maneira irrepreensível.

Estendo as desculpas a sua família e a todas as pessoas que se sentiram ofendidas.

Atenciosamente,

Eduardo Almeida Prado Rocha de Siqueira