João Doria e Bruno Covas visitam Hospital de campanha no Pacaembu - Foto: Govesp

Por Fórum

O secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, afirmou em entrevista nesta quinta-feira (30) que a grande São Paulo já tem 89% dos leitos de UTI ocupados em meio à pandemia do coronavírus e o governo do estado vai começar a transferir pacientes para cidades do interior no final de semana.

“Trabalhamos com cenários. Vamos adicionar recursos, insumos e leitos novos. Agora, como houve defasagem de chegada de respiradores, vamos usar, por um tempo essa tranferência de pacientes para o interior”, disse Germann.

No estado, a taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 69,3%, com 1.744 internações. Em enfermaria, há 2.138 pacientes internados. Nesses leitos, a taxa de ocupação é de 73% na região metropolitana e de 48% no estado.

Epicentro da doença no País, São Paulo tem 2.375 mortes, 128 registradas nas últimas 24 horas, um aumento de 6% em relação ao balanço de quarta-feira (29). O total de casos confirmados é de 28.698, com aumento de 10%.

Segundo o chefe do Centro de Contigência da Covid-19, David Uip, aconteceu nesta quinta-feira (30) uma reunião entre a Secretaria Estadual da Saúde e o Ministério da Saúde, com a presença do ministro Nelson Teich. Segundo Uip, o ministro defendeu a manutenção do isolamento social e também falou sobre a dificuldade da compra de insumos, principalmente de respiradores.

“Fala enviesada”

Questionados na entrevista sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro, que na manhã desta quinta (30) acusou governadores e prefeitos de não “achatarem a curva” de contágio da doença, além de questionar, em especial, os óbitos em São Paulo, Uip passou a palavra a Germann, que leu uma nota.

O texto diz que “a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo lamenta a fala enviesada e irresponsável do Presidente da República Jair Bolsonaro, que ignora que o fato que o isolamento social em São Paulo é fator determinante para o achatamento da curva, e consequentemente diminuição no número de infectados e de doentes que precisam de UTI, evitando um colapso no sistema público de saúde”.