Bolsonaro e a cloroquina - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro é o maior influenciador e divulgador da cloroquina no Facebook. Em todo o mundo, nenhum outro usuário da plataforma provocou tanto engajamento em torno do remédio. Ao todo, as postagens do presidente o remédio gerou 11 milhões de interações e 1,7 milhão de compartilhamentos na rede social.

O levantamento foi realizado pelo Estadão em parceria com a LatamChequea e analisou os dados de março de 2020 até o final de maio de 2021. Para tanto, foram considerados os 100 textos do Facebook que mais obtiveram interações sobre cloroquina, em português e outras línguas, o presidente foi o autor de 42 – ou seja, quatro em cada dez.

No ranking global de engajamento sobre a cloroquina, o presidente Bolsonaro ficou à frente do ex-presidente dos EUA Donald Trump (1,1 milhão de interações) e até mesmo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que teve 491 mil interações.

A pesquisa também indicou que as publicações de Bolsonaro sobre a cloroquina tiveram menos de 1% de reações negativas.

Rede

Além disso, a pesquisa também fez um levantamento sobre a rede que se formou em torno de Bolsonaro na defesa da cloroquina. Entre parlamentares e militantes, fora quase 4,5 mil textos com os termos “cloroquina” e “hidroxicloroquina”, que gerou 43 milhões de interações. Os parlamentares Carla Zambelli (PSL-SP), Eduardo (sem partido) e Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) foram os principais engajadores da rede bolsonarista: 3,6 milhões, 850 mil e 379 mil, de interação respectivamente.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e pesquisadores do mundo inteiro atentam para o fato de que a cloroquina é ineficaz contra a Covid-19 e que, se utilizada de maneira excessiva, pode levar ao óbito.

Com informações do Estadão

Marcelo Hailer
Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).