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O médico nefrologista Rubens Amaral fez uma longa defesa do uso da ivermectina, na noite desta quarta-feira (21), em live com a jornalista Kennia Wiswesser, brasileira que vive nos EUA. De acordo com ele, todas as vezes que alguém entra em contato com uma pessoa infectada pelo coronavírus tem que tomar ivermectina.

O médico ainda dá a posologia: “teve contato com alguém que está com Covid, tome três dias a sua dose”, afirma Amaral. “E se tiver sintomas, ainda nos primeiros dias telefone para o Médicos pela Vida Covid-19”, ressalta o médico, indicando o grupo de médicos que, ao contrário do recomendado pelo Organização Mundial de Saúde (OMS), defende e propaga o uso do chamado “tratamento precoce” contra a doença.

“Em três semanas nós terminaríamos com a pandemia se todas as pessoas ligassem para esses médicos. Pelo menos acabaríamos com as internações”, afirma o médico.

Wiswesser não o questiona em momento algum a respeito do fato do tratamento com ivermectina não ser recomendado pela comunidade científica. Ao contrário, durante toda a entrevista ela corrobora com o que o médico diz e repete para o público suas receitas.

“É muito estranho isso que está acontecendo, né doutor? Eu lembro que desde o começo os médicos diziam isso, eu fui pesquisar, fui atrás. A China enviou milhões de doses de hidroxicloroquina pro Irã e pra Turquia em meados de outubro de 2019. A China também usou a cloroquina em meados de janeiro e fevereiro de 2020. Desde o começo estão usando e houve toda essa campanha de desinformação, de ataque à hidroxicloroquina. Eu nem sei se ela está sendo usada no Brasil, tá sendo usada aí ainda?”, pergunta a jornalista, no que o médico responde prontamente: “tá, tá, a gente usa, faz parte do nosso protocolo, mas precisa ser usada nos primeiros cinco dias, depois, na segunda fase inflamatória ela não tem mais efeito nenhum, diferente da ivermectina, que tem ação tanto na fase inicial quanto nas fases mais avançadas da doença.

Ivermectina serve para tratar piolhos

A ivermectina, de acordo com diversos estudos científicos, não é recomendado para o tratamento da Covid-19, doença provocada pelo coronavírus. De acordo com a sua definição, o medicamento é um fármaco usado no tratamento de vários tipos de infestações por parasitas. Entre elas estão a infestação por piolhos, sarna, oncocercose, estrongiloidíase, tricuríase, ascaridíase e filaríase linfática.

China desmente

Já sobre o uso da cloroquina na China, o assunto foi desmentido ainda em setembro do ano passado. A embaixada da China no Brasil informou que “desconhece qualquer anúncio sobre ‘o uso da cloroquina como 100% eficiente na cura da Covid-19’ por autoridades governamentais de saúde na China”.https://www.instagram.com/tv/CN80VMvgUvk/embed/captioned/?cr=1&v=13&wp=540&rd=https%3A%2F%2Frevistaforum.com.br&rp=%2Fbrasil%2Fcoronavirus%2Fmedico-afirma-em-live-que-ivermectina-funciona-em-todas-as-fases-da-covid-e-ensina-como-usar-veja-o-video%2F#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A1351.190000306815%2C%22ls%22%3A1134.6250004135072%2C%22le%22%3A1135.8450003899634%7D

CPI do Genocídio

O senador Humberto Costa (PT-PE), membro da CPI do Genocídio, afirmou durante o programa Onze e Meia, nesta sexta-feira (16), que os Conselhos de Medicina, planos de saúde, médicos e hospitais que corroboraram ou receitaram remédios sem eficácia, como a ivermectina e a cloroquina serão interrogados na CPI.

“Inclusive, nós não vamos deixar barato a atitude de profissionais de Saúde que se transformaram aí em instrumentos do bolsonarismo. Veja que contradição essa expressão “médico bolsonarista”. Bolsonarismo é sinônimo de morte. E o médico, pela sua formação, pela que a sua profissão representa não podem ser atores da morte”, disse o senador.

Humberto Costa ainda advertiu que “o Conselho Federal de Medicina e os Conselhos Regionais têm que sentar nessa CPI para explicar as suas atitudes criminosas de estarem respaldando médicos que prescrevem ivermectina, cloroquina. Não, isso não pode ficar barato não”, afirmou. “Planos de saúde também, hospitais, todos. Eles vão pro banco da CPI. Não há nenhuma controvérsia quanto à eficácia desses remédios, quanto aos seus efeitos colaterais. Se nós queremos investigar a responsabilidade por tantas mortes, isso também tem que ser levado em consideração”, completou.