Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

Dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nesta segunda-feira (5), revelam que o salário médio de contratação com carteira assinada desvalorizou 5,6% no espaço de apenas um ano. 

Em maio de 2022, o salário médio real de admissão foi de R$ 1.898, contra um valor de R$ 1.916 em abril, e de R$ 2.010, em maio do ano passado, em valores corrigidos pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). 

Os números também mostram que nos cinco primeiros meses de 2022, apenas em abril o salário de admissão registrou aumento real. O valor médio de R$ 1.898 registrado em maio é o mais baixo desde dezembro de 2021. 

Apesar de o país ter criado 277 mil empregos no mês de maio, os dados do Caged mostram que os salários médios iniciais continuam encolhendo, ou seja, a recuperação do mercado de trabalho e a queda do desemprego ainda não refletem na melhoria da renda, que segue corroída pela inflação.  

E o horizonte do cenário econômico do Brasil não dá sinais de que o poder de compra dos brasileiros vá se recuperar, pois o Banco Central (BC) já admitiu que a meta da inflação será descumprida em 2022 pelo segundo ano consecutivo. O BC estima que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2022 em 8,8%. 

Marcelo Hailer
Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).