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Implantada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB) e mantida por Jair Bolsonaro (PL), a política de paridade internacional de preços seguida pela Petrobras parece servir apenas para aumento do valor dos combustíveis.

Com o aquecimento da economia em grande parte do mundo – exceto no Brasil, que registra retração – após o recrudescimento da pandemia, a Opep+ – Organização dos Países Exportadores de Petróleo com a adesão de nações exportadoras, como a Rússia – anunciou que está retomando a produção para acompanhar a demanda.

O anúncio provocou uma queda nos valores do petróleo bruto, usado como base na política de preços da Petrobras, em todo o mundo.

Desde o último aumento anunciado pela Petrobras, em 25 de outubro -, o valor do barril de petróleo tipo brent caiu de US$ 86 para US$ 69,9 (cotação da última sexta-feira, dia 3).

O porcentual representa uma queda de 18,7%, que não foi repassada aos consumidores por meio de redução dos combustíveis.

Desde o final de outubro, a Petrobras ignorou a redução no valor do petróleo e manteve o valor do litro da gasolina a R$ 3,19 e do diesel a R$ 3,34 nas refinarias.

Mesmo a alta do dólar frente ao real não justifica a manutenção do preço. Entre 25 de outubro e hoje, o dólar teve alta de 2,16%, passando de R$ 5,56 para R$ 5,68, um aumento de R$ 0,12.

Redução dos preços, sem dar detalhes

Neste domingo (5), Jair Bolsonaro afirmou ao site Poder 360 que “a Petrobras começa nesta semana a anunciar redução no preço do combustível”, sem dar detalhes sobre como será feita a redução.

Acuado e sentindo os reflexos da alta dos combustíveis nas pesquisas de popularidade e de intenção de votos, negocia a privatização da Petrobras com os árabes e já disse que quer “se livrar” da estatal, para abrir mão do controle sobre os preços dos combustíveis.

“É muito fácil, ‘aumentou a gasolina, culpa do Bolsonaro’. Eu tenho vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras. Tenho vontade, vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer”, disse em outubro. “Eu não posso, não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha”.