Foto: Unicef/Marta Ramoneda

Estudo realizado pelo economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela aumento da população pobre em 24 das 27 unidades da federação no Brasil entre o início do governo Jair Bolsonaro (sem partido), em 2019, e janeiro de 2021.

No Brasil, o número de pessoas que vivem na pobreza passou de 25,2% no primeiro trimestre de 2019 para 29,5% em janeiro de 2021.

O maior avanço da pobreza foi notada no Distrito Federal, onde o índice passou de 12,9% para 20,8% – um aumento de 7,9 pontos.

No Rio de Janeiro, terra de Bolsonaro, a pobreza subiu de 16,9% para 23,8% – alta de 6,9 pontos. Em São Paulo, o salto foi de 5,9 pontos porcentuais, passando de 13,8% no início de 2019 para 19,7% em janeiro de 2021.

No Espírito Santos o avanço foi de 5,2 pontos – de 22,4% para 27,6%. Em Minas Gerais, a variação foi de 21,5% para 23,5%.

Nordeste

Nos estados do Nordeste, o impacto das políticas econômicas de Bolsonaro juntamente com a pandemia da Covid-19 estão jogando cada vez mais brasileiros na pobreza.

No Piauí, 46,4% vivem com menos de R$ 450 por mês – indíce baseado na classificação do banco mundial, que considera pobre a pessoa com renda de até US$ 5,50 dólares por dia. Durante o governo Bolsonaro o número de pobres no estado subiu 5,3 pontos.

Pernambuco (45,3%) e Paraíba (45,2%) registraram alta de 4 pontos.

O Amapá, na região Norte, tem o maior índice, com 55,9% da população pobre – alta de 4,5% desde 2019.

Maranhão vem em seguida, com 54,9% da população vivendo na pobreza. O Estado, no entanto, teve um dos menores indíces de aumento, de 1,8 pontos durante o governo Bolsonaro.

Extrema pobreza

O estudo mostra ainda um aumento da população que vive na pobreza extrema – com renda de até U$1,90 dólar por dia (ou cerca de R$ 160 por mês).

No início do governo Bolsonaro, 6,1% dos brasileiros viviam na pobreza extrema. Dois anos depois, esse indíce foi para 9,6%.

“A pobreza aumentou na maioria dos Estados e teve altas bastante elevadas em grandes centros urbanos, no Sudeste e no Nordeste. As economias dos centros urbanos são muito focadas em serviços, como alimentação, alojamento e entretenimento, que foram mais atingidos pelas características desta crise”, disse o pesquisador ao jornal Valor Econômico, que divulgou os dados.