Foto José Cruz/Agência Brasil

Por Carolina Fortes

Petrobras desmentiu nesta segunda-feira (6) a informação do presidente Jair Bolsonaro (PL) de que os preços dos combustíveis diminuirão nesta semana.

Em comunicado, a empresa disse que “não antecipa decisões de reajustes” e reforçou que “não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”.

“A Petrobras monitora continuamente os mercados, o que compreende, dentre outros procedimentos, a análise diária do comportamento de nossos preços relativamente às cotações internacionais”, informou.

A estatal disse, ainda, que “reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais”.

Na nota, a empresa ressaltou que esclarece as notícias veiculadas na mídia, mas não citou Bolsonaro, que foi quem deu a informação que embasou as reportagens. Sem dar detalhes, ele afirmou ao site Poder360 neste domingo (5) que a estatal anunciaria a redução dos valores da gasolina e do diesel.

Política de paridade de preços

Implantada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB) e mantida por Jair Bolsonaro (PL), a política de paridade internacional de preços seguida pela Petrobras parece servir apenas para aumento do valor dos combustíveis.

Com o aquecimento da economia em grande parte do mundo – exceto no Brasil, que registra retração – após o recrudescimento da pandemia, a Opep+ – Organização dos Países Exportadores de Petróleo com a adesão de nações exportadoras, como a Rússia – anunciou que está retomando a produção para acompanhar a demanda

O anúncio provocou uma queda nos valores do petróleo bruto, usado como base na política de preços da Petrobras, em todo o mundo.

Desde o último aumento anunciado pela Petrobras, em 25 de outubro -, o valor do barril de petróleo tipo brent caiu de US$ 86 para US$ 69,9 (cotação da última sexta-feira, dia 3).

O porcentual representa uma queda de 18,7%, que não foi repassada aos consumidores por meio de redução dos combustíveis.

Desde o final de outubro, a Petrobras ignorou a redução no valor do petróleo e manteve o valor do litro da gasolina a R$ 3,19 e do diesel a R$ 3,34 nas refinarias.

Mesmo a alta do dólar frente ao real não justifica a manutenção do preço. Entre 25 de outubro e hoje, o dólar teve alta de 2,16%, passando de R$ 5,56 para R$ 5,68, um aumento de R$ 0,12.