Prateleiras com arroz em supermercado de São Paulo - Foto: Fabíola Salani

Estudo realizado pela Kantar, consultoria especializada em mercado e consumo, quase sete em cada 10 lares brasileiros estão endividados. O levantamento, que teve como base 57 milhões de questionários respondidos, teve por objetivo entender como as despesas estão impactando as economias familiares durante a pandemia.

O estudo aponta que 67% dos lares brasileiros estão endividados. Essa porcentagem sobe para 69% quando são consideradas apenas as classes C e D/E. Em 2020 o consumo de alimentos e bebidas dentro do lar, higiene e limpeza caseira foram os responsáveis por quase 60% das despesas nas classes D/E. Já as despesas fixas (habitação, serviços públicos e com animais) ficaram concentradas nas classes A e B.

Em relação aos gastos com serviços públicos e energia elétrica foi o que mais pesou no bolso dos brasileiros em 2020. As classes mais pobres foram as mais afetadas, chegando a uma variação positiva de 30% em relação a 2019.

As classes D/E foram mais impactadas com gastos com habitação, passando de 19% em 2019 para 22% em 2020. O setor de alimentação houve aumento do consumo de frutas, legumes e verduras, igualando esses gastos aos das classes A/B.

Habitação

O levantamento também registrou, no setor de habitação, uma movimentação da casse D/E do aluguel para o financiamento, passando de 5% dos gastos em 2019 para 12% e 2020.

Ainda no setor de habitação, o aluguel de imóveis representou 1/4 dos gastos de quase 17% das famílias no ano passado, principalmente das classes C e D/E. Os lares das classes A/B e D/E que pagam aluguel diminuíram gastos com alimentação e priorizaram outras cestas de consumo, como bebidas alcoólicas e artigos de limpeza.Habitação

Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).