João Doria e Joice Hasselmann com apoiadores da campanha BolsoDoria (Arquivo)

Em entrevista ao jornal O Globo deste domingo (25), em que deu prazo até novembro – “um ano antes da eleição” – para o centro definir seu candidato à Presidência, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), inclui “milhões de brasileiros” em seu mea culpa pela chapa “BolsoDoria” em 2018.

“Errei ao votar em Bolsonaro e assumo isso. Como eu, milhões de outros brasileiros também votaram em Bolsonaro, contra o projeto do PT, e cometemos um grave equívoco. Eu assumo tacitamente isso. Mas não vou errar novamente”, afirmou Doria.

Voltando a classificar Bolsonaro como “psicopata”, que transformou o Brasil em “um oceano de fracassos”, o tucano sinalizou que sua candidatura deve seguir a fracassada tendência de marketing do partido nos últimos anos, de mostrar seus políticos como “bons gestores”.

Indagado sobre o aumento de impostos em meio à pandemia no estado – principal bandeira usado pelo bolsonarismo para atacá-lo -, Doria afirmou que é “preciso coragem para fazer as coisas”.

“Se não fizéssemos isso, teríamos colocado São Paulo em falência. Seria um estado dependente do governo federal, como há vários, inclusive o Rio. Por força dessa reforma administrativa — São Paulo foi o único estado que aprovou uma reforma administrativa — hoje temos R$ 21 bilhões em caixa. E vamos religar a economia fortemente já a partir deste ano. Não vamos atrasar salários, nem comprometer serviços de segurança, saúde, nem educação, nem de proteção social. É preciso ter coragem para fazer as coisas. Ser populista é fácil. Ser bom gestor é difícil”, disse.

Na entrevista, Doria evitou falar no nome do ex-presidente Lula e só tocou no assunto quando colocado diante da posição de Fernando Henrique Cardoso, que declarou que em um segundo turno entre Bolsonaro e Lula, ficaria com o “menos ruim”.

“Eu prefiro votar no melhor, não no menos ruim. Prefiro acreditar que há soluções democráticas no Brasil acima de Lula e Bolsonaro”.