Bolsonaro antes de discurso na Cúpula do Clima - Foto: Reprodução

Em um dos poucos discursos lidos dos chefes de estado que se pronunciaram até o momento na Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, Jair Bolsonaro (Sem partido) fez uma reedição da carta que escreveu ao mandatário estadunidense, pediu “remuneração justa” aos serviços ambientais e disse que o Brasil está na “vanguarda do enfrentamento do aquecimento global”.

Biden, no entanto, não estava na sala no momento do discurso do presidente brasileiro. O presidente dos EUA pediu para deixar a sala por alguns instantes antes da fala do presidente argentino, Alberto Fernández, e não voltou a tempo de assistir ao discurso do brasileiro.

“Como detentor da maior biodiversidade do planeta e potência agro ambiental, o Brasil está na vanguarda do enfrentamento do aquecimento global”, disse Bolsonaro ressaltando que “a queima de combustíveis fosseis nos último dois séculos” é a causa maior do problema e que o Brasil “participou com menos de 1% das emissões históricas de gases de efeito estufa” e que no presente o país responde por menos de 3% das emissões globais.

Citando dados históricos – como a preservação de 84% do bioma amazônico e que 12% da água doce do mundo está no Brasil -, Bolsonaro ignorou os recentes indíces de desmatamento, como o aumento de 216% da Amazônia no mês de março em relação ao mesmo período do ano anterior.

No entanto, o presidente brasileiro mentiu ao dizer – sem citar dados – que aumentou os mecanismos de fiscalização do meio ambiente.

“Apesar das limitações orçamentárias do governo, determinei o fortalecimento dos órgãos ambientais, duplicando os recursos destinados às ações de fiscalização”, disse, antes de pedir “contribuição de países, empresas e entidades” para a “solução do paradoxo amazônico”, que segundo ele é a região mais rica do Brasil, mais que apresenta os menores indíces de desenvolvimento social.

“É preciso haver justa remuneração pelos serviços ambientais prestados por nosso bioma ao planeta, como foma de reconhecer o caráter econômico das atividades de conservação”, disse Bolsonaro, “reiteirando” que está aberto à cooperação internacional.

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