Fotos: Fernando Diegues

A diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região e funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF) promoveu ato, nesta sexta-feira (1), contra os episódios de assédio sexual e moral praticados pelo ex-presidente do banco público, Pedro Guimarães. A manifestação ocorreu na agência da Avenida São Francisco, 172, em Santos.

O protesto teve cartazes e faixas, as participantes fizeram discursos contra qualquer tipo de assédio e pediram punição para o crime. Todas as funcionárias receberam um botão de rosa das organizadoras do ato e da diretoria do Sindicato.

“Não basta demitir, exigimos punição porque qualquer tipo de assédio é crime. No caso de Pedro Guimarães, conforme relatos, ele praticava tanto o moral quanto o sexual dentro e fora do banco. As denúncias de mulheres que sofrem violência são escandalosas. Ontem foi a procuradora espancada, hoje as bancárias da Caixa que sofrem assédio sexual e moral. Temos o dever de combater a misoginia, o machismo estrutural nos bancos e na sociedade em geral”, afirma Eneida Koury, secretária de Finanças do sindicato.

O Grupo Feminista “Maria Vai com as Outras” esteve presente apoiando o ato. Uma das coordenadoras do coletivo, Dida Dias, condenou a violência contra as mulheres, principalmente no governo de Jair Bolsonaro.

Pedro Guimarães pediu exoneração nesta quarta (29). Os casos de assédio teriam ocorrido em situações em que funcionárias viajavam com o ex-presidente da CEF, por determinação dele. As depoentes dizem que chamar mulheres que despertavam interesse no presidente da Caixa para ir a vários lugares do Brasil, supostamente a trabalho, era uma conduta cotidiana na agenda do bolsonarista.

Os depoimentos são alarmantes. As cinco vítimas relatam toques em partes íntimas sem consentimento, falas e abordagens inconvenientes e convites incomuns e desrespeitosos, incompatíveis com a relação entre o presidente do maior banco público do país e suas empregadas.

A maior parte dos testemunhos está ligada a atividades do programa Caixa Mais Brasil, realizadas em vários locais de todas as regiões do país. O programa acumula, desde 2019, mais de 140 viagens, a maioria aos finais de semana, em que estavam Pedro Guimarães e equipe. Nesses eventos profissionais, todos ficam hospedados no mesmo hotel, ocasião em que ocorria o assédio.

Pedro Guimarães também teria assediado mulher no Santander

O ex-presidente da CEF atuou em muitas instituições bancárias desde que ingressou no mercado. Em 2004, foi demitido do Santander.

As versões sobre o real motivo do desligamento divergem, mas um episódio também de assédio sexual teria ocorrido pouco tempo antes de Guimarães ser mandado embora.