Alan Ruschel - Foto: Reprodução

O jogador Alan Ruschel, uma das poucas vítimas que escaparam da tragédia aérea que envolveu a Chapecoense, em 2016, demonstrou toda sua revolta com o clube, em um vídeo divulgado em suas redes sociais.

O lateral-esquerdo não atua mais pelo time de Santa Catarina desde 2020. Porém, ainda luta para receber uma dívida.

Após tentar negociar, a resposta que recebeu é que a tragédia que matou 71 pessoas, na Colômbia, foi benéfica ao jogador.

No documento, obtido pelo Globo Esporte, a Chapecoense diz que “o acidente deu notoriedade ao reclamante e alavancou os seus ganhos”. Além disso, a nota ressalta, ainda, que a imagem de Ruschel passou a ter “notoriedade mundial”.

“Ainda, a fim de se evitar preclusão, cumpre-se gizar que o reclamante não foi vítima de um acidente, pelo contrário, foi um sobrevivente, abençoado pela força divina e, dentre aqueles ligados diretamente ao futebol, o ÚNICO que continua a desenvolver suas atividades identicamente ao período anterior”, diz um trecho da nota da Chapecoense.

“Efetivamente, o acidente deu notoriedade ao reclamante e alavancou seus ganhos, bastando-se verificar o histórico em sua carteira de trabalho, sua imagem valorizou e passou a ter notoriedade mundial”, acrescentou o documento.

“Hoje tenho oito parafusos nas costas”, diz o jogador

Ruschel foi ás redes sociais para se manifestar diante do descaso do clube. Afirmou que ficou revoltado com a defesa dos catarinenses no processo por danos morais. De acordo com ele, a Justiça foi acionada apenas depois que a Chapecoense não cumpriu com o pagamento dos valores acordados.

“Eu tive acesso à defesa do clube, e eles alegam que eu não sou vítima do acidente e, sim, um sobrevivente. Afirmam que o acidente fez bem pra mim, me trouxe benefícios. Estão sendo levianos e despreparados na condução de um assunto tão importante e tão delicado. A minha vida precisava continuar, mas isso não tira responsabilidade do clube”.

“Só eu sei os traumas que carrego comigo, o esforço, a luta para voltar a jogar. Hoje tenho oito parafusos nas costas, não quero me vitimizar, mas apenas para deixar essa situação clara. Afirmar que minha vida seguiu normal é um absurdo, não só comigo, mas também com os familiares das vítimas do acidente”, concluiu Ruschel.