Foto: Ricardo Saibun/Divulgação/Santos FC

Enfim, depois de quase dez anos, o Santos quitou sua dívida com a empresa Doyen Sports, em razão da contratação do atacante Leandro Damião, consumada em 2013.

O débito deveria ser encerrado ao fim de 2023, mas o clube conseguiu encerrar a dívida, ao negociar o valor, graças ao dinheiro da venda dos atacantes Deivid Washington e Ângelo, ao Chelsea, da Inglaterra.

Antes, em 2019, o Peixe deveria ter quitado a pendência com o fundo responsável que intermediou a chegada do atleta ao clube, no valor de  5 milhões de euros. Porém, sem o pagamento, a dívida com a Doyen Sports subiu para 15 milhões de euros.

Em 2021, já na gestão do presidente Andrés Rueda, foi feito um acordo com a Doyen para diminuir a dívida em 8,25 milhões de euros (45% de desconto) e parcelar o valor até dezembro deste ano.

Leandro Damião – A contratação

O atacante Leandro Damião foi contratado pelo Santos em dezembro de 2013, por 12 milhões de euros (quase R$ 42 milhões, na cotação da época). Quem intermediou o pagamento foi a Doyen Sports, que pagou ao Internacional, dono dos direitos do atleta, até então, e o repassou ao Peixe.

O valor deveria ter sido devolvido à empresa ao longo do período de cinco anos de contrato de Damião com o Santos, com juros anuais de 10%. Se o Santos recebesse alguma proposta pelo atacante, poderia recusar, mas desde que pagasse um valor similar à empresa, ao que teria sido oferecido ao clube. Além disso, se o vínculo de Damião terminasse sem que ele fosse negociado, o clube deveria indenizar a parceira em 18 milhões de euros.

Passagem frustrante                

A despeito da expectativa, Damião teve uma passagem frustrante pelo Peixe, em 2014. Assim, em 2015, foi  emprestado ao Cruzeiro. Naquele ano, o atacante ingressou com uma ação na Justiça do Trabalho e buscou a rescisão de contrato com o Santos.

Mas foi só em 2016 que o litígio se encerrou. Num acordo celebrado no Tribunal Superior do Trabalho (TST), Damião e Santos se acertaram: o clube pagou R$ 4,5 milhões ao jogador, que foi, então, emprestado ao Real Bétis, da Espanha.

Sem clima para retornar, o atacante foi emprestado ainda a Flamengo e Inter, antes do contrato terminar, em dezembro de 2018. O fundo Doyen, ao ver que o Santos jamais cumpriria o contrato voluntariamente, foi à Justiça.

Em dezembro de 2017, o Santos se comprometeu a pagar 23 milhões de euros (R$ 88 milhões quando o acordo foi celebrado) ao fundo. O valor incluía não só o negócio por Damião, mas também dívidas com o Doyen por jogadores como Daniel Guedes, Gabigol, Geuvânio e Lucas Lima.

Com o pagamento ao fundo Doyen Sports, o Santos encerra um dos dez problemas elencados pela gestão a serem resolvidos durante o mandato. De todos os itens, o mandatário solucionou seis.

Além da Doyen, também foram quitados débitos com o Hamburgo, da Alemanha; Atlético Nacional, da Colômbia; Brugge, da Bélgica; Huachipato, do Chile; e Barcelona, da Espanha.

Outros boletos a serem quitados pelo Santos

Dívida com o Krasnodar, da Rússia: o Santos entrou em acordo com o clube russo para parcelar uma dívida referente à contratação de Cueva. Em 2019, na gestão do presidente José Carlos Peres, o Santos contratou o jogador por US$ 7 milhões (cerca de R$ 37,9 milhões, na cotação atual), mas não pagou um centavo sequer. As parcelas vão até o fim de 2023.

Dívida com o empresário Giuliano Bertolucci: o Santos também teve de negociar com o empresário. Uma dívida antiga com o agente estava entre as negociações e foi parcelada. Bertolucci aceitou receber todo o valor até o fim da gestão do presidente Rueda.

Dívidas trabalhistas e tributárias: os valores em aberto foram parcelados.