O santista Dário Costa - Foto: Sam Kobayashi

Aos 32 anos, o santista Dário Costa se tornou conhecido nacionalmente por ter sido campeão da segunda temporada do “Mestre do Sabor”, reality show de gastronomia apresentado pela Rede Globo. O prêmio, para ele, representa não só uma vitória pessoal.

“Significa que posso exercitar as minhas ideias, o que eu acredito de cozinha. O prêmio me permite falar de valorização regional, dos nossos ingredientes e da nossa cultura caiçara, e isso não tem preço”, revela, em entrevista ao Folha Santista.

O prêmio, no valor de R$ 250 mil, já tem destinação certa. “Vou usar para quitar minhas dívidas, acumuladas durante a pandemia, e, sem dúvida, quando eu tiver tempo, vou viajar para surfar e descansar um pouco a cabeça”, diz.

Dário conta que sua principal dificuldade durante o “Mestre do Sabor” foi administrar o tempo. “É uma linha muito tênue. Você tem um tempo curto, precisa impressionar e não pode extrapolar para não perder o controle da situação. Mas sempre quando estou nos programas, entro numa pegada de estudar muito forte, que às vezes no meu dia a dia eu não consigo devido à rotina do restaurante. Fico muito focado, estudando nos intervalos das gravações. E isso parece que me dá mais segurança”, destaca.

Proprietário do restaurante Madê, em Santos, Dário está encarando outro desafio profissional. No início de agosto, vai inaugurar sua segunda casa, o Paru, instalado dentro no novo Mercado de Peixes, na Ponta da Praia.

O Paru será uma espécie de “lanchonete” de frutos do mar, que irá servir comida informal, de rua. O cliente fará o pedido no caixa ou no totem e, depois, retirará a comida no balcão da cozinha, sem formalidades.

“Nós valorizamos os ingredientes brasileiros. Nossos peixes serão de águas brasileiras, muitas vezes de pesca artesanal daqui da região. Não serviremos salmão ou nenhum outro peixe que viajou de avião para chegar à região. Temos muito orgulho dos peixes e frutos do mar da nossa fauna. Quase 100% dos nossos legumes e verduras serão orgânicos de agricultura familiar, pois nos orgulhamos do que é nosso e nossa missão é fazer com que pensemos duas vezes antes de dar preferência para a produção industrial de alimentos”, explica o chef santista.

Ligação com o mar

Dário sempre teve uma ligação forte com o mar. Cresceu perto da praia, com o surfe e a pesca presentes em sua vida. Sua aproximação com a culinária se deu durante uma viagem para Nova Zelândia, para onde foi surfar e treinar inglês, em 2008, com apenas 19 anos. Para custear suas viagens e possibilitar conhecer os melhores “picos” de surfe, precisava de um emprego. E foi na gastronomia onde teve essa oportunidade.

Seu início foi lavando pratos em um restaurante de comida ocidental e logo se apaixonou pela cozinha. Em pouco tempo, já estava totalmente envolvido pela culinária. Após dois anos, voltou ao Brasil para estudar gastronomia. Depois de se formar, partiu para novas experiências em outros países, como Itália, onde trabalhou por oito meses com o chef Giuseppe Ricchebuono, no “Ristorante Vescovado”, especializado em frutos do mar, sua grande paixão.