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Em sua segunda edição, o webinar “Café 22 – Do moderno ao transmoderno” discutirá a identidade brasileira como uma entidade antropofágica.  O debate acontecerá online, neste sábado (14), a partir das 16 horas, no canal da Unisanta no YouTube.

O evento terá participação da jornalista Carlota Cafiero, da atriz Priscila Ribeiro e do psicólogo Breno Ayres, com mediação do cineasta Eduardo Ricci. Haverá a participação especial das cantoras Alice Mesquita e Márcia Okida.

A ideia é prestar homenagem às vítimas fatais da Covid-19. A ação cultural é realizada pela comissão organizadora da Semana de Arte Transmoderna de 22 da Baixada Santista, faz parte das celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e é integrada por representantes do Fórum da Cidadania, Unisanta, Colégio e Sistema de Comunicação Santa Cecília, Museu do Café, Sesc-Santos, Seduc Santos, Jornada do Patrimônio Histórico, entre outras instituições.

“Como um preparativo de cocriação das celebrações do centenário da Semana de 22 e do bicentenário de uma Independência ainda em transe, o Café 22 debaterá o movimento antropófago por meio do seu conceito de alimentar-se do outro e da apropriação criativa, que faz parte da identidade brasileira”, aponta a organização.

Painéis: “Brasil, entidade antropofágica”

Painel 1: As mulheres modernistas serão a base do painel apresentado pela jornalista Carlota Cafiero. Sem participar da Semana de Arte Moderna de 22, Tarsila do Amaral foi responsável pela tradução visual do movimento.

Após uma quase morte, ainda menina, Anita Malfatti renasceu para a pintura e causou furor entre intelectuais conservadores.

Apesar da participação decisiva na Semana e de suas ilustrações para a revista Klaxon, Zina Aita é praticamente esquecida. Em comum, essas três mulheres beberam nas vanguardas europeias, mas para fazer reverência às raízes do Brasil.

Painel 2: A atriz Priscila Ribeiro vai falar dos processos que perpassam a criação de uma personagem, antropofagia na perspectiva da empatia, do se colocar no lugar do outro e construir em si, através do outro, uma narrativa capaz de transformar o próprio interior para o melhor e, se a sorte estiver junto, a possibilidade de tocar o interior do outro, a fim de avançar coletivamente.

Painel 3: O psicólogo Breno Ayres trará em sua fala o fato de que hoje a psicologia contemporânea entende que só nos tornamos alguém em convívio. Precisamos do outro e o outro precisa de nós, somos com os outros, com as coisas, e é isso que estamos aprendendo com a luta negra e indígena em nosso país. E não há outro modo: somos todos antropófagos.

O que isso tem a ver com o movimento modernista de 1922? Será que hoje, como alerta Denilson Baniwa (artista amazonense e indígena da etnia Baniwa), o movimento modernista não é buscar ativamente uma “re-antropofagia”, ou consolidar a lucidez de que a “antropofagia agora é devorar de tudo o que existe sem usar talheres franceses”.

Mais informações com a Ricci Filmes, coprodutora do debate online: [email protected] ou 13 98230-4599.