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O incêndio que atingiu a comunidade Caminho da Divisa, no Rádio Clube, na Zona Noroeste, em Santos, na madrugada da última segunda-feira, destruiu 85 barracos e deixou muitas famílias desabrigadas. A Prefeitura de Santos foi ao local e fez um cadastramento. De acordo com moradores e foi só isso. A Administração negou as informações.

Hoje, 15 famílias estão abrigadas no Grêmio Recreativo Recanto do Sossego, no Rádio Clube, e um bar da comunidade oferece quatro refeições diárias para as vítimas. “A Prefeitura divulgou a informação que tudo estava sob controle. Não é verdade. Mandaram um pessoal depois do incêndio, fizeram um cadastro, pegaram nome e documento. Só isso”, disse Diana Pereira, que ao lado do noivo Adriano dos Santos, administra o Bar do Bigode, que vem servindo refeições de graça para os desabrigados.

Diana lembrou que a Prefeitura ofereceu um abrigo para as vítimas na Rua 7 de Setembro, no Centro de Santos. “O local é frequentado por moradores de rua e além de quererem separar os pais dos filhos, não ofereceram transporte para levar ninguém daqui para lá”.

As famílias estão se alimentando no Bar do Bigode -Divulgação

A direção do Recanto do Sossego aceitou que os desabrigados ficassem lá até o próximo domingo. Depois disso, as pessoas não sabem para aonde vão. “Arrecadamos roupas e alimentos e fazemos umas 120 refeições por dia (café da manhã, almoço, café da tarde e jantar). As pessoas ou retiram ou comem aqui mesmo”, disse Diana, que está com o bar fechado em razão da quarentena do coronavírus.

Outro lado
Questionada sobre as denúncias,a Prefeitura de Santos informou que, na segunda e na terça-feira (dias 20 e 21), as equipes da Secretaria de Desenvolvimento Social prestaram atendimento às 114 famílias vítimas do incêndio ocorrido no dia 20 de abril, no Caminho da Divisa, Zona Noroeste, em um posto central de cadastro para assistência inicial montado na escola municipal Yara Nascimento Santini (Rua Fausto Felício Brusarosco s/nº, Castelo).

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No local as famílias realizaram cadastro das que optaram por ir para casa de parentes, além de necessidades quanto a alimentos e retirada de novos documentos. Também foi ofertado acolhimento nos abrigos municipais, porém nenhuma das famílias aceitou o acolhimento.

A unidade do CRAS, localizada na Praça da Paz Universal, funcionou com uma equipe para orientações a respeito dos benefícios que foram disponibilizados, a partir do dia 21 de abril, como cestas básicas e colchões. Quanto às demais demandas como fraldas, roupas e produtos de higiene, também já estão sendo disponibilizadas.

Com relação a possível perda do cartão do Programa Bolsa Família, para receber o auxílio emergencial, a SEDS já entrou em contato com a Caixa Econômica para viabilizar o pagamento do benefício. Quanto à segunda via dos documentos, uma lista já foi encaminhada para o POUPATEMPO a fim de viabilizar o mais rápido possível.

A unidade do CRAS da Praça da Paz Universal está aberta em funcionamento desde o dia 21 de abril, das 9h às 15h para atender especificamente as demandas das famílias relativas ao incêndio.

Informamos ainda que a Seds já encaminhou a listagem com perfil das famílias, vítimas do incêndio, à COHAB, no dia 22 de abril, que fará os procedimentos necessários para o pagamento do Auxílio Aluguel o mais breve possível.

Vale ressaltar (em resposta ao questionamento da demanda) que no abrigo municipal ofertado, as mães ficariam com seus filhos no mesmo quarto e os homens no mesmo espaço, porém em quartos separados. Informamos ainda que, durante o cadastramento, dois carros ficaram à disposição das equipes caso fosse necessário.