Foto: Divulgação

O secretário de Saúde de Santos, Fábio Ferraz, admitiu que podem ocorrer falsos positivos nos testes rápidos para detecção de Covid-19 realizados pela administração municipal. Ele recomendou que, quem puder, faça o teste PCR, em que o material é coletado do nariz do paciente e enviado para laboratório.

Na última terça-feira (4), 140 funcionários da Câmara de Santos deram positivo, sendo 71 com o vírus ativo, em testes rápidos realizados pela prefeitura, conforme antecipado pelo Folha Santista. Os vereadores Benedito Furtado (PSB), Sérgio Santana (PL) e Sadao Nakai (PSDB) também testaram positivo e o legislativo suspendeu as atividades por sete dias.

“Esse número de 20% na Câmara, de certa forma, surpreende, é verdade. É uma amostragem um pouquinho maior do que a gente está vendo em outras localidades”, afirmou o secretário municipal de Saúde, em live ainda na noite de terça.

“A gente tinha, em testagens anteriores, um número muito grande de falsos negativos, números mais expressivos, sim, e raríssimos casos de falsos positivos. E, realmente, nós percebemos recentemente alguns dados que nos chamaram a atenção, ou seja, a pessoa fez o teste rápido de forma positiva e fez uma contraprova, num segundo momento, negativa”, completou Ferraz.

O alto número de positivos provocou reações na Câmara. Vereadores criticaram a testagem e também levantaram dúvidas sobre a confiabilidade do resultados e a qualidade dos testes comprados pelo executivo municipal.

O teste utilizado foi o do modelo Leccurate, da Lepu Medical Technology, que possui registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Embora Ferraz, depois da repercussão negativa no legislativo, recomende um novo exame, a secretaria de Saúde já tinha afirmado, em nota oficial após os resultados de terça, que considera o exame confiável e descartou a realização de novos exames.

“De acordo com as orientações da Secretaria de Estado da Saúde, não há a recomendação para novo teste e a conduta a ser seguida quando o teste rápido apontar IgM é fazer o isolamento do paciente sintomático por 14 dias (a partir do início dos sintomas) e do assintomático por 7 dias”, disse a pasta.

Na live, sem citar nomes de fornecedores, Ferraz disse que a marca anterior de testes era um pouco mais “resolutiva”, mas a marca atual permite diferenciar se o vírus está ativo
ou inativo nas amostras.

“Então, nós entendemos que era uma evolução ter essa nova marca. Agora, vamos seguir acompanhando e, se tiver realmente um falso positivo muito significativo, a gente vai buscar uma orientação para que a gente tenha testes mais resolutivos”. Ele avalia que os testes rápidos têm sido úteis para tirar do convívio social pessoas com vírus ativo e para traçar um mapa epidemiológico da cidade.