Divulgação/PMS

“Essa é uma doença muito séria, não tenham ela como uma gripe. Eu tenho 37 anos, não tenho nenhuma doença preexistente e fiquei do jeito que fiquei. Tentar puxar o ar e não vir é desesperador”. O depoimento é da empresária Juliana Gorla Villas Boas, que está entre os mais de 100 moradores de Santos que tiveram a doença causada pelo novo coronavírus (covid-19) e se curaram.


Ela apresentou o início dos sintomas, como cansaço e dores pelo corpo, no dia 19 de março, suspeitando a princípio estar com dengue. Após uma semana, o quadro se agravou e começou a ter febre, dor no peito e falta de ar, quando foi internada em hospital filantrópico, permanecendo por cinco dias, dois deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


“Precisei ir para UTI pela piora tão repentina e brusca”, contou Juliana em vídeo nas redes sociais para alertar outras pessoas para os perigos da doença. O seu marido Fernando, 37 anos, e o filho Marcelo, quatro, também contraíram a doença, mas não precisaram de internação.


Já a artista plástica Maria Elizabeth Pizzoli Ruivo, 75 anos, ficou internada no mesmo hospital por sete dias, também por dois na UTI. Ela faz parte do público mais suscetível a complicações e, felizmente, superou a doença. “Eu, graças a Deus, tive a felicidade de entrar e sair sem sequelas, apesar da minha idade. A pessoa tem que se resguardar, ficar em casa e, quando precisar sair, ir de máscara, para se proteger e proteger o outro”.


Os primeiros registros da Covid-19 em Santos foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em 23 de março, quando a Seção de Vigilância Epidemiológica (Seviep) recebeu três notificações de resultados positivos entre residentes. Desde então, até sexta (17), houve a confirmação de 319 casos em munícipes.


Perfil
Do montante de casos confirmados, 104 pessoas superaram a doença, representando uma taxa de curados de 32%. Apesar de abaixo do índice nacional de 55%, divulgado pelo Ministério da Saúde no dia 14, está acima da taxa mundial de 24%. Os dados divulgados pelo órgão federal computam todos os casos comprovados da doença, incluindo os pacientes internados em hospitais e aqueles em isolamento domiciliar.


Dos 104 curados em Santos, 41 deles estiveram internados e receberam alta hospitalar e outros 63 cumpriram isolamento domiciliar de 14 dias após diagnóstico (sem necessidade de internação). Do total de internados e que tiveram alta, 25 tinham menos de 60 anos (61%) e 16 mais de 60 anos (39%).


Atualmente, há 163 munícipes em isolamento domiciliar e 30 munícipes internados em hospitais em tratamento – todos com diagnósticos confirmados de covid-19. Outros 120 santistas internados aguardam resultados laboratoriais para confirmar ou descartar a doença, totalizando 150 munícipes internados (44 em leitos de UTI). Até sexta (17), o Município registrou 22 óbitos por decorrência da doença – taxa de letalidade de 6,9% (acima da nacional, de 6%).