Apesar de Praia Grande e Cubatão terem autorizado a abertura de determinados setores do comércio, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), afirmou que a retomada da rotina na Baixada Santista só ocorrerá após análise profunda de dados científicos e números de casos do novo coronavírus na região.
Em entrevista, depois do término de mais uma reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb), que conta com todos os nove prefeitos da região, nesta quarta-feira (15), Barbosa reiterou que o isolamento social ainda é a principal forma de impedir o avanço. Além disso, ele condenou o que chamou de “achismo” propagado pelas redes sociais.
O prefeito santista deixou claro que, em sua análise, o momento ainda não é de retomada do comércio e, ainda segundo ele, todas as cidades da Baixada concordaram em manter a quarentena, que terminaria no dia 22 de abril, mas que pode ser prorrogada.
“Criamos um grupo na região para estudar as regras e normas de como proceder a partir do dia 22, quando a quarentena imposta pelo governo (estadual) acaba, mas não será nada abrupto, será feito de forma gradual e com regras. Estamos estudando e isso vai depender da evolução dos casos, do número de pessoas doentes, de óbitos”, avaliou.
“Todos queremos retomar as atividades econômicas, as prefeituras sofreram com abrupta queda no arrecadamento, mas precisamos ter muita responsabilidade para não autorizar algo e ter que retroceder, recuar dessas decisões. Basearemos tudo em informações científicas e técnicas”, acrescentou.
“A gente compreende a angústia e a ansiedade das pessoas em retomar suas vidas, mas o isolamento no mundo todo se mostrou como a única forma efetivas para combater o coronavírus. A média no Brasil é de 110 casos por milhão de habitantes, mas já temos 620 (em Santos), seis vezes mais do que a média brasileira. Temos falado disso desde o início, mas reforçamos, temos uma população idosa que é a maior do Brasil. Óbvio que queremos que os números nos ajudem a retomar, mas precisamos de informações técnicas”, ressaltou.
Redes sociais
Barbosa destacou que, apesar de compreender o desejo da população de voltar à rotina, ele condena movimentos das redes sociais, que tentam justificar o término da quarentena com informações imprecisas.
“Há muito achismo nas redes sociais, mas nossa base é científica e com pessoas que estudaram e se prepararam para isso. Temos um feriado prolongado, mais um, que nos preocupa e pediremos apoio do estado para reforçar os bloqueios de acesso à Baixada Santista”, completou.