Mesmo sem previsão do Ministério de Saúde sobre quando terá início a imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19, aprovada nesta quinta (16), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou que a vacinação seguirá alguns protocolos específicos para esta faixa etária.
Segundo a agência, a vacina da Pfizer será aplicada em duas doses, com intervalo de 21 dias entre elas. Além disso, a dosagem será menor, de 3 microgramas. Para os adultos, o volume é de 10 microgramas.
Gustavo Mendes, gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, informou que, apesar da dosagem menor, a proteção contra a doença está assegurada.
“Comparando crianças de 5 a 11 anos com pessoas de 16 a 25 anos, com a dosagem diferente, a gente observou que existe a mesma quantidade de anticorpos neutralizantes. A vacina tem um desempenho importante na geração de anticorpos nessa população”, declarou Mendes.
Ele afirmou, ainda, que existe presença “significativa” de anticorpos contra a variante Delta. Porém, o surgimento de novas mutações do coronavírus deve ser observado para aperfeiçoar a vacina.
Suzie Marie, coordenadora da Gerência Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária, destacou que a maior parte das ocorrências adversas em relação à aplicação da vacina em crianças não tem gravidade. Ela avaliou que os benefícios do imunizante superam os pequenos riscos, segundo o Metrópoles.
Alexandre Padilha denuncia falta de planejamento do governo Bolsonaro
Apesar da autorização da Anvisa, não há previsão para o início da vacinação de crianças no Brasil. O Ministério da Saúde não se planejou para incluir as crianças de 5 a 11 anos no Programa Nacional de Imunização contra a Covid-19 (PNI).
O deputado federal, médico e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), denunciou que a falta de planejamento do governo de Jair Bolsonaro deve prejudicar e atrasar a vacinação contra a Covid-19 em crianças dessa faixa etária.
“Vários países vacinando suas crianças antes das festas de fim de ano, das férias etc, enquanto o Brasil nem se planejou para esse momento. Se tivéssemos um governo federal sério, o ministro da Saúde estaria anunciando o calendário de vacinação. Vergonha”, disse Padilha à Fórum.
Caso o Ministério da Saúde resolva incluir as crianças no PNI de 2022, a Pfizer poderá fornecer doses específicas para este grupo. Porém, nenhuma vacina com dosagem especial foi enviada ao Brasil até o momento.