Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Segundo levantamento feito Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e divulgado nesta sexta-feira (22), jovem negro, com idade entre 15 e 19 anos, morto por arma de fogo, é o perfil de vítima mais comum em um universo de 34.918 mortes violentas de jovens no Brasil registrado nos últimos cinco anos. Do total das mortes, os jovens negros representam 80%.

O levantamento utiliza como fonte de dados os boletins de ocorrência registrados em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.

Além disso, o estudo revela que as mortes violentas se concentram principalmente na adolescência: 31 mil do total das vítimas têm entre 15 e 19 anos. Desse universo, 80% (25.592) são pessoas negras.

Violência policial

Quando o escopo da pesquisa é ampliado para crianças a parir de 10 anos, 91% das vítimas são do sexo masculino e alvo de armas de fogo (83%) em casos de homicídio doloso, feminicídio, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes em decorrência de intervenção policial.

A pesquisa também mostra que, conforme os meninos ficam mais velhos, aumenta a proporção de mortos pela polícia: 16% dos casos de mortes violentas são jovens negros com idade entre 10 e 19 anos.

O estado de São Paulo é o que registra a maioria desses casos por mortes violentas: Em 44,4% dos registros, os meninos de 10 a 19 anos morreram em decorrência de intervenção policial.

Esses números vão ao encontro do Atlas da Violência, também produzido pelo Fórum, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea): 73% das vítimas de homicídios no Brasil são pessoas negras.

Com informações do UOL e Unicef

Marcelo Hailer
Jornalista (USJ), mestre em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e doutor em Ciências Socais (PUC-SP). Professor convidado do Cogeae/PUC e pesquisador do Núcleo Inanna de Pesquisas sobre Sexualidades, Feminismos, Gêneros e Diferenças (NIP-PUC-SP). É autor do livro “A construção da heternormatividade em personagens gays na televenovela” (Novas Edições Acadêmicas) e um dos autores de “O rosa, o azul e as mil cores do arco-íris: Gêneros, corpos e sexualidades na formação docente” (AnnaBlume).