Em agosto, o Brasil inteiro acompanhou o caso horrível, ocorrido no interior do Espírito Santo, de uma menina de 10 anos que ficou grávida após ser estuprada por um tio – situação que ela viveu reiteradamente ao longo de anos. Pois esse caso ainda tem consequências pendentes.
Nesta semana, o MPF (Ministério Público Federal) solicitou a abertura de uma investigação sobre as medidas adotadas pelo Conselho Regional de Medicina a respeito de dois médicos envolvidos no caso, que teriam tentado forçar a família da menina a não realizar o aborto, apesar da autorização judicial para que ela pudesse fazê-lo pelo SUS.
O comunicado a respeito do caso afirma que as diligências já foram iniciadas, a que partem da tese de que a conduta apurada fere o direto à saúde e a integridade psicológica das mulheres, além de violar diversos compromissos internacionais de combate ao preconceito baseados em tratados assinados pelo Brasil.
O aborto da menina ocorreu no dia 17 de agosto de 2020. Além da ação dos médicos contrários ao procedimento, a criança e sua família também foram alvo de uma campanha de movimentos católicos e evangélicos, a qual foi liderada pela ativista bolsonarista Sara Winter. Tal situação fez com que a menina tivesse que ser levada até Recife para poder realizar o aborto.