Foto: Susan Hortas/ PMS

O temporal que provocou uma das maiores tragédias da história da Baixada Santista pode ter causado a morte de mais de 50 pessoas. Até o momento, o Corpo de Bombeiros confirmou 13 vítimas fatais. No entanto, ainda existem 45 pessoas desaparecidas em cidades da região, o que pode aumentar significativamente o número de óbitos.

Em 24 horas, choveu mais de 100 mm em todas as nove cidades da Baixada Santista. Foram 300 mm no Guarujá, 222 em Santos e 187 mm em São Vicente. Segundo o Inmet, o normal esperado para o mês de março no Guarujá são 277 mm. Isso representa que já choveu mais que o esperado para o mês na cidade.

As mortes ocorreram nos seguintes locais: duas na Rua Saturnino de Brito, no Parque Prainha, em São Vicente; uma na Rua Pêro Lopes de Souza, 66 – São Vicente; duas na Rua Uruguai, no Jardim Centenário, em Guarujá; três mortes no Morro do Macaco Molhado, em Guarujá; uma na Vila Baiana, em Guarujá; uma na Rua das Pedras, no bairro Caneleira, em Santos; três que ainda não tiveram as cidades divulgadas.

Outras tragédias

A Baixada Santista, ao longo de sua história, contabilizou outras tragédias semelhantes, embora às vezes as causas sejam diferentes. Em 1956, o Morro do Marapé, em Santos, foi palco de uma tragédia semelhante à que está ocorrendo agora, deixando 22 mortos. A tragédia também foi provocada pelas chuvas.

A avalanche de pedras e terra soterrou 40 chalés no sopé do morro, no lado final da Rua João Caetano. Na Rua Godofredo Fraga, um quarteirão inteiro foi atingido. Na oportunidade, as chuvas fortes demoraram oito horas.

Vila Socó

Há 36 anos, no dia 24 de fevereiro de 1984, um incêndio como nunca se viu no país devastou a Vila Socó (hoje chamada de Vila São José), em Cubatão.

O fogo, provocado por vazamento de combustíveis de oleodutos que ligavam a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) ao terminal portuário da Alemoa, causou a morte de 93 pessoas (dados oficiais) e deixou mais de 3 mil desabrigados.

As chamas se alastraram rapidamente pelas casas de madeira, no momento em que muitas pessoas dormiam. O número de mortos até hoje é motivo de controvérsia por parte de moradores e familiares das vítimas. Eles estimam que mais de 500 pessoas morreram.

As apurações apontaram que o vazamento aconteceu no momento da transferência de combustíveis por uma tubulação que não suportou a pressão. O duto acabou rompendo e espalhou 700 mil litros de gasolina pelo mangue.

Gasômetro

Embora sem vítimas fatais, outra tragédia marcou a memória dos santistas. Na madrugada de 9 e janeiro de 1967, a explosão do gasômetro deixou 400 famílias completamente devastadas. O acontecimento foi notícia no país todo.

Após a explosão, rapidamente, dezenas de policiais e bombeiros chegaram ao local. O que encontraram foi um cenário de guerra, com casas sem telhas, muros e paredes em ruínas e janelas quebradas.

À época, foram contabilizadas 245 pessoas feridas. A explosão, ouvida em toda a cidade, provocou uma labareda de aproximadamente 100 metros.