Por Aline Cabral *
Depois de passar por 2019 em meio a enfrentamentos diversos, o País já entrou no segundo ano de mandato de Jair Bolsonaro repleto de horrores, com um governo que busca avançar em seus planos nocivos à democracia e ao povo brasileiro – no front da Educação, o principal agente sabotador do futuro da juventude brasileira é o ministro Abraham Weintraub. No entanto, das salas de aulas às ruas, o movimento estudantil vem somando forças e se apresenta como principal inimigo do governo Bolsonaro, lutando em defesa das universidades e do Brasil.
E Weintraub sabe que tem no movimento estudantil um adversário poderoso a ser batido. Ataques a entidades estudantis como a União Nacional dos Estudantes (UNE), como a fracassada criação da carteirinha estudantil digital (ID estudantil) – desperdiçando mais de R$ 15 milhões dos cofres públicos para ver caducar a Medida Provisória que instituía a medida – e a tentativa de acabar com o direito à meia entrada em eventos culturais não são coincidências. Afinal, procurar enfraquecer a resistência é caminho óbvio de um governo antidemocrático e inimigo dos estudantes, trabalhadores e do povo brasileiro.
Em tempos de retirada de direitos, falta de emprego para a juventude, corte de bolsas em programas como Prouni e Fies, desmonte das instituições públicas de ensino superior, muitos estudantes são obrigados a abandonar no meio do caminho o sonho de se formar na universidade. Essa situação também destrói os anseios de tantos outros que não conseguem sequer se matricular, ocasionado pelo fechamento de turmas. A diminuição da quantidade de ingressantes também é uma realidade na maioria das universidades da Baixada Santista.
Neste contexto, a trapalhada grotesca na correção do Exame Nacional do Ensino Médio não representa mero despreparo ou deslize involuntário, mas é a expressão de um projeto político obscurantista, anticientífico, que combate a perspectiva de uma educação pública, gratuita, universal e de qualidade. Por essas e outras, torna-se urgente e necessária a saída imediata do Ministro da Educação, por meio da convocação de um movimento nacional, sob o lema: “Fora Weintraub!”.
Em 2019, a Baixada Santista testemunhou um dos maiores atos já vistos nos últimos tempos. Juntos, milhares de estudantes, trabalhadores e defensores da educação ocuparam as ruas e avenidas de Santos, formando um verdadeiro ‘tsunami pela educação’. Mas, agora, mais do que nunca, se faz necessária a organização dos estudantes! Só por meio dela construímos lutas e alcançamos conquistas concretas ao longo da história. Esta é a nossa hora! Ou seja: cabe à nossa geração trilhar o caminho para construir um futuro melhor para milhares de estudantes da Baixada Santista.
Entidade histórica, o CES – Centro dos Estudantes de Santos e Região Metropolitana da Baixada Santista – é conhecido por seus 88 anos de luta e resistência no seio do movimento estudantil, passando por um logo período de abandono, mas que retoma agora seu caráter combativo e de luta.
Em seu mais recente congresso, realizado em outubro de 2019, foram debatidas questões essenciais à permanência dos estudantes nas universidades, como o passe livre estudantil e o “bandejão” – ou restaurante universitário. Entrou em pauta também a reforma de sua sede histórica, localizada à Avenida Dona Ana Costa, 308, como potencializadora da reorganização da rede do movimento estudantil. Demandas que têm merecido atenção dedicada da atual diretoria do CES.
Como não poderia ser diferente, o semestre de “Volta às aulas” já se iniciou com muita luta e campanhas como as de fundação de centros acadêmicos, construção do 1º Encontro de Mulheres Universitárias do CES, Jornada de Lutas em Defesa da Educação e o grande ato do 18M (18 de março), em defesa dos serviços públicos, educação, empregos, direitos e da democracia.
Esse dinamismo é fundamental para que o movimento estudantil continue a somar forças e fortalecer sua organização – indispensáveis às próximas batalhas. Por isso, peço a você, estudante: acompanhe e faça parte do movimento estudantil. Este é o nosso tempo, esta é a nossa luta!
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*Aline Cabral é presidenta do CES