Guilherme Derrite - Foto: Reprodução/Redes Sociais

O secretário de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Guilherme Derrite, voltou a se pronunciar sobre a Operação Verão (Operação Escudo), na tarde de quinta-feira (8). A ação teve a 3ª fase desencadeada após soldados do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) serem alvejados em Santos. Na quarta (7), ele anunciou a transferência provisória do gabinete da SSP para a Baixada Santista para acompanhar de perto as estratégias de combate ao crime na região.

De acordo com o secretário, as forças de segurança buscam identificar, planejar e executar prisões de pessoas importantes envolvidas com o tráfico de drogas na Baixada Santista. Outra característica é de proporcionar o prejuízo financeiro para sufocar as organizações criminosas.

Acompanhado do delegado geral de Polícia, Arthur Dian, do comandante geral da Polícia Militar, Cássio Araújo de Freitas e do comandante do CPI-6, Leandro Pereira de Lima, Derrite anunciou o nome do suspeito do assassinato do PM Cosmo e também a prisão de uma integrante importante do Primeiro Comando da Capital (PCC), responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na região.

O secretário iniciou a coletiva lamentando a morte de um dos policiais assassinados em confronto com criminosos. Ele participou do cortejo que levou o corpo do cabo da PM José Silveira dos Santos pelas ruas e avenidas de Santos até o Mausoléu da Polícia Militar, no Cemitério Municipal da Areia Branca, no período da tarde. “Um policial exemplar, que fez da sua vida uma carreira com passagem brilhante aqui na Baixada Santista”, declarou.

Desde o dia 2 de fevereiro, quando o PM Samuel Wesley Cosmo, de 35 anos, foi morto durante um patrulhamento no bairro Bom Retiro, em Santos – desencadeando a 2ª fase da operação -, cinco policiais foram mortos em todo o estado, sendo três na Baixada Santista. Outras 12 pessoas morreram em troca de tiros com as forças de segurança.

Ações na região

Derrite falou sobre as ações na região. Entre elas, o aumento do efetivo que contará com mais 400 policiais militares e 150 policiais civis para a 3ª fase da operação, que, inclusive, não tem prazo para acabar.

“É muito importante a nossa presença nessa parte inicial da operação, para que as equipes suplementares que estão vindo tenham direcionamento pré-determinado no cumprimento das ações”, afirmou.

Para isso, a união entre os serviços de inteligência da Polícia Civil e da Polícia Militar é fundamental. “Estão atuando em conjunto, estipulando qual a missão para cada tropa. Definindo qual região vai ser patrulhada, onde terá um ponto de estacionamento, também para garantir a segurança da população que vive nessas comunidades”, justifica.

Entretanto, ele afirma que a situação na Baixada Santista não pode ser considerada uma “guerra”. “Não colocaria dessa forma, uma situação de guerra. É um combate ao crime organizado e ação de inteligência nas forças policiais. Tivemos a prisão de uma importante criminosa do PCC com um trabalho investigativo robusto”.

Recompensa de R$ 50 mil

A SSP também anunciou a recompensa de R$ 50 mil para quem divulgar informações que levem à prisão de Kaique Coutinho do Nascimento, de 21 anos, conhecido como Chip. Ele é apontado como o assassino do policial Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro.

Kaique tem antecedente criminal por tráfico de entorpecentes, como adolescente infrator. “Vamos pagar uma recompensa de R$ 50 mil para quem trouxer informação privilegiada que nos leve a capturá-lo. Ele está foragido e as informações estão chegando, mas pedimos à população para colaborar conosco”.

Como denunciar

A SSP disponibiliza dois canais para fazer a denúncia. Por meio do telefone 181, onde o denunciante será atendido por um telefonista e poderá fornecer todas as informações sem que a pessoa precise se identificar.

A outra forma é por meio da página do WebDenuncia. Basta entrar clicando aqui e, ao acessar, clicar em “denunciar” e seguir o passo a passo. Ao final, o denunciante recebe um número de protocolo para acompanhar o andamento da sua denúncia. As informações são verificadas por uma equipe e, caso seja comprovado que elas ajudaram na resolução do caso, a pessoa que as forneceu será comunicada.

Prisão importante de integrante do PCC

Guilherme Derrite também falou sobre a prisão de uma integrante importante para o PCC, realizada na tarde desta quinta (8), em São Paulo. Karen de Moura Tanaka, apelidada de Japa, é acusada de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Ela seria responsável pela lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na Baixada Santista, movimentando milhões de reais.

As investigações para chegar até Karen Tanaka começaram em junho de 2023. Ações de busca e apreensão foram realizadas em uma residência em Bertioga, em um escritório virtual que ela utilizava para elaborar contratos para lavagem de dinheiro e também na residência dela, onde foi detida, no bairro Tatuapé, na capital. Com ela, ainda foram apreendidos uma grande quantidade de dinheiro – cerca de R$ 1 milhão -, drogas e veículos.

Conforme a SSP, Karen já teve um relacionamento com um bandido considerado do alto escalão da facção, Wagner “Cabelo Duro” Ferreira, apontado como ex-gerente do tráfico internacional do PCC. Wagner foi assassinado na Zona Leste da capital, em 2018.

Com informações de A Tribuna